Júri de casal preso por morte de Vitória Gabrielly é retomado em SP
No 1º dia de julgamento, Bruno Oliveira negou acusações e Mayara ficou em silêncio. Nesta terça, fase de debates deve durar 2h30
São Paulo|Fabíola Perez, do R7
O segundo dia do julgamento do casal acusado de assassinar a adolescente Vitória Gabrielly, de 12 anos, começou às 9h45 desta terça-feira (9) com a fase de debates, em São Roque, no interior de São Paulo. No primeiro dia, o réu Bruno Oliveira negou as acusações e Mayara Abrantes permaneceu em silêncio.
Na etapa desta terça-feira, que tem previsão de se estender por duas horas e meia, advogados da família da vítima e dos réus vão expor seus argumentos aos sete jurados, que terão de decidir se Bruno e Mayara são culpados ou inocentes.
A sessão foi iniciada na manhã da segunda-feira (8), no Fórum de São Roque. Além dos réus e seus advogados, participaram da sessão quatro testemunhas de acusação, dez de defesa, juiz, promotor, assistente de acusação e os sete jurados.
De acordo com o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), o júri teve de seguir medidas de isolamento, e não há a presença de público em decorrência da pandemia de Covid-19.
O pai de Vitória Gabrielly, que não pode assistir ao júri presencialmente, se manifestou por meio das redes sociais: "Filha, nós estamos juntos, ligados em alma e fé. Carrego você no meu coração, minha pequena. Lá nós podemos entrar. Não podemos estar enfrentando isso tudo agora, juntos, mas te trago comigo minuto a minuto até a sentença".
No primeiro dia de julgamento, os depoimentos das testemunhas de acusação e de defesa terminaram por volta das 18h. Na sequência, teve início o interrogatório do casal. Bruno negou as acusações e Mayara preferiu se manter em silêncio.
Até agora, mais de três anos depois da morte, o assassinato só resultou na condenação de Júlio César Ergesse, sentenciado a 23 anos de prisão.
O caso
Vitória Gabrielly, de 12 anos, desapareceu no dia 8 de junho de 2018, após sair para andar de patins perto de um ginásio de esportes em Araçariguama, no interior de São Paulo. O caso mobilizou e comoveu a população da cidade.
A polícia e os moradores fizeram buscas pela garota. O corpo de Vitória foi encontrado oito dias depois, em um matagal, às margens de uma estrada rural. Ela havia sido amarrada antes de ser morta.
A Justiça entendeu que Vitória havia sido morta por engano, em um assassinato encomendado como acerto contas do tráfico de drogas. Em 22 de agosto de 2019, a Justiça de São Roque marcou o julgamento de Júlio César Ergesse. No dia 21 de outubro, ele foi a júri popular.
Após 11 horas de julgamento, os jurados acataram a tese da acusação de que o pedreiro teve papel decisivo no assassinato da garota. Ele foi condenado a 34 anos de prisão. Mayara Abrantes e Bruno Oliveira também estão presos pelo crime e ainda não foram julgados.