Justiça de SP mantém prisão de diretora de escola investigada por maus-tratos
Polícia avalia se Roberta Serme praticou tortura, associação criminosa, perigo de vida e constrangimento contra crianças
São Paulo|Letícia Dauer, da Agência Record
O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a prisão preventiva de Roberta Regina Rossi Serme Coutinho da Silva, dona da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, após audiência de custódia nesta sexta-feira (29). A mulher é investigada pelos crime de maus-tratos, tortura, associação criminosa, perigo de vida e constrangimento contra crianças.
De acordo com a Polícia Civil, a diretora se entregou no Distrito Policial Sede de Itaquaquecetuba, por volta das 22h de quinta-feira (28). Na ocasião, ela estava acompanhada de seus dois advogados.
O TJ-SP havia decretado a prisão temporária de Roberta Serme em 22 de março. Três dias antes do mandato expirar, em 19 de abril, acatou um segundo pedido da Polícia Civil, desta vez de prisão preventiva.
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A equipe de reportagem solicitou à SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) um posicionamento sobre a transferência da mulher ao sistema prisional.
O caso
O caso veio à tona após vídeos sem data circularem nas redes sociais. As imagens mostram crianças com os braços presos amarrados sendo alimentadas dentro de um banheiro e chorando copiosamente.
Segundo relatos de pais e mães, várias denúncias contra a escola são antigas. Após a denúncia formal, as redes sociais do colégio foram retiradas do ar.
Os muros da escola foram pichados com palavras de ordem como "desumano", "crime", "lixo" e "Justiça", mas foram apagados com uma tinta preta.
Através de nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que repudia qualquer ato de violência e a "DRE (Diretoria Regional de Educação), que realiza inspeções, irá apurar o caso e se constatadas irregularidades, a autorização de funcionamento poderá ser revogada".
O advogado de defesa da escola, André Dias, confirmou que, pelo menos, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos na escola pela Polícia Civil.