Justiça de SP ouve 14 testemunhas sobre caso de tortura e maus-tratos na escola Colmeia Mágica
Serão ouvidas seis testemunhas de acusação e oito de defesa. Além disso, também ocorrerá o interrogatória das rés
São Paulo|Do R7
A Justiça de São Paulo ouve, nesta quinta-feira (13), 14 testemunhas sobre o caso de professoras acusadas de tortura e maus-tratos contra crianças na escola Colmeia Mágica, localizada no bairro Jardim Formosa, zona leste de São Paulo. Os depoimentos na audiência de instrução começam às 13h30, no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo
Durante a audiência, serão ouvidas seis testemunhas de acusação e oito de defesa. Além disso, ocorrerá o interrogatória das rés. A previsão de término da audiência é por volta das 19h, de acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo. O processo tramita em segredo de Justiça.
Polícia apura novas denúncias
Em agosto, a Polícia Civil abriu um segundo inquérito para apurar novas denúncias de maus-tratos contra crianças que estudavam na escola Colmeia Mágica. A informação foi confirmada pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) ao R7.
A pasta afirmou, por meio de nota, que a decisão ocorreu para apurar novos fatos. Segundo a secretaria, a Cerco (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas), da 8ª Seccional (São Mateus), é responsável pela investigação do caso, que corre sob sigilo.
No celular da diretora da Colmeia Mágica, Roberta Regina Rossi Serme Coutinho da Silva, de 41 anos, foi encontrada a foto de um bebê preso na cadeirinha e sujo de fezes.
A presença da imagem do bebê no celular da diretora mostra que ela tinha conhecimento dos maus-tratos sofridos pelas crianças na unidade de ensino. O aparelho foi apreendido pela polícia e passou por perícia.
Ela e a irmã, Fernanda Carolina Rossi Serme, de 37, que também trabalhava na escola, foram indiciadas por tortura, maus-tratos, associação criminosa, perigo de vida e constrangimento de alunos.
Crianças com braços amarrados
As denúncias de tortura e maus-tratos vieram à tona após a circulação de vídeos nas redes sociais. As imagens mostravam crianças com os braços amarrados sendo alimentadas em um banheiro e chorando. Na gravação, ao menos quatro alunos, dois dos quais embaixo da pia, estavam com os braços envoltos em panos.
Segundo relatos de pais e mães, denúncias contra a escola são antigas. Após a formalização, as redes sociais do colégio foram retiradas do ar. Os muros da escola foram pichados com palavras como "desumano", "crime", "lixo" e "justiça".
Além da investigação da Polícia Civil, a Prefeitura de São Paulo apurou que a unidade havia funcionado por 16 anos sem permissão da gestão municipal. Desde o escândalo, em março, a escola infantil está fechada.