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Policial que arremessou homem de ponte é preso em São Paulo

Luan Felipe Alves Pereira foi levado para o Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital paulista

São Paulo|Do R7, com informações de Estadão Conteúdo

Corregedoria da PM pede prisão de agente que jogou homem de ponte em SP

Luan Felipe Alves Pereira, policial militar flagrado arremessando um homem de uma ponte na região de Cidade Adhemar, zona sul de São Paulo, foi detido na manhã de hoje, quando foi prestar depoimento. Ele foi levado ao Presídio Militar Romão Gomes, conhecido como Barro Branco, na zona norte da capital paulista.

O pedido de prisão havia sido feito pela Corregedoria da PM à Justiça Militar, a princípio para averiguação e agora preventivamente, após decreto do juiz militar Fabrício Alonso Martinez Della Paschoal. Com a determinação, o agente policial ficará sob custódia enquanto acontecem as investigações do caso.

No decreto da prisão, Della Paschoal justifica o pedido de preventiva dizendo que “a prática de conduta perpetrada por policial em serviço, atentatória à integridade física de um civil rendido durante a abordagem policial. As imagens, analisadas em juízo de cognição perfunctória, não revelam nenhuma circunstância anormal ou extraordinária que pudesse justificar a conduta do representado.”

O juiz também alegou que o caso fere a imagem da instituição.


“No caso em análise, a conduta praticada foi calculada e executada sem observância aos ditames legais ou preocupação com os impactos na imagem da corporação perante outros policiais e a comunidade. Neste contexto, a segurança e a paz pública devem prevalecer, sobretudo considerando que o representado continua exercendo suas funções na corporação. Tais elementos, denotam, a um só tempo, a necessidade de garantir a ordem pública em razão da periculosidade do agente e das nefastas consequências sociais de sua conduta, o que fundamenta a necessidade de imposição da medida extrema.”

E finaliza dizendo que a prisão preventiva “é indispensável para preservar a disciplina nos quartéis, tendo em vista a gravidade dos crimes apurados e a repercussão negativa que a permanência do investigado em liberdade pode gerar na tropa.”


A defesa de Luan se pronunciou a respeito da prisão preventiva.

“Infelizmente, não vivemos em um processo penal democrático, cuja premissa é a de impedir que uma prisão preventiva seja travestida de prisão com claro viés de antecipação de culpa, e impedir também que o jogo político e o clamor social fique alheio ao campo penal. Ora, como prender alguém preventivamente que se apresentou a todos os atos e estava cumprindo expediente na Corregedoria, não se evadiu e possui residência fixa? Tudo soa estranho, e pergunto: onde o processo penal tem fracassado?”


No dia seguinte ao caso, a cúpula da Secretaria da Segurança Pública já havia mandado afastar 13 agentes envolvidos na ocorrência, entre eles Pereira. O grupo é do 24.º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Diadema, região metropolitana.

Segundo a corporação, os PMs fizeram o registro no sistema operacional da polícia de uma perseguição por cerca de dois quilômetros a uma moto com dois homens considerados suspeitos, mas sem mencionar qualquer arremesso de viaduto. O caso só veio à tona após a divulgação das imagens da ocorrência.

O rapaz atirado da ponte na região de Cidade Ademar não pôde receber socorro logo após a queda, segundo testemunhas.

A gravação circulou nas redes sociais e aumentou a pressão sobre Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública (SSP). O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse, porém, que o manterá no cargo e destacou a melhora de indicadores criminais - roubos e furtos estão em queda no Estado.

Agente já foi investigado em caso de homicídio

Luan já foi indiciado em outro caso controverso de homicídio ocorrido em Diadema, quando um homem foi morto a tiros. No entanto, este caso foi arquivado no início do ano, com o Ministério Público alegando legítima defesa do policial.

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