Laboratório de São Paulo detecta possível nova variante da Ômicron em criança de 3 anos
Segundo a plataforma que disponibiliza dados genômicos do vírus, a amostra não foi identificada em nenhum outro lugar do mundo
São Paulo|Adriana Victorino*, da Agência Record
Uma recombinante da variante Ômicron, da Covid-19, foi detectada em uma criança de 3 anos pelo laboratório Dasa, no estado São Paulo. A amostra não foi identificada em nenhum outro lugar do mundo, segundo registros do Gisaid, plataforma que disponibiliza dados genômicos do coronavírus.
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Recombinantes são vírus que apresentam um pedaço do genoma derivado dele e outro pedaço de uma linhagem distinta, por exemplo a Deltacron, uma recombinação entre um vírus Delta e um Ômicron.
A amostra da criança foi coletada por meio do teste RT-PCR em 16 de fevereiro de 2022. O resultado apresentou compatibilidade com a SARS-CoV-2 BA.2.
Segundo o virologista da Dasa, José Eduardo Levi, a família não viajou para fora do país, o que indica que a transmissão se deu no Brasil. "A criança passa bem. De qualquer forma, até o momento podemos afirmar que a subvariante não causa sintomas diferentes dos da Ômicron", afirmou Levi.
Caso essa recombinação tenha viabilidade biológica, ela pode infectar outras pessoas e pode se tornar uma pandemia causada por um novo vírus, extensão da Ômicron. Para que isso seja reconhecido, é necessário que haja ao menos cinco amostras de diferentes indivíduos que contenham a recombinante.
De acordo com o instituto, além desta, duas recombinantes foram detectadas em amostras coletadas no dia 11 de março deste ano. A XE (BA.1/BA.2) foi identificada em duas crianças, de 10 anos. A recombinante foi identificada no Reino Unido em 16 de janeiro, e também encontrada em São Paulo pelo Instituto Butantan.
As amostras são de pacientes que buscam o laboratório para realizar o teste RT-PCR e são selecionadas aleatoriamente para o Genov, projeto de vigilância genômica do SARS-CoV-2.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que foi notificada e o caso está em investigação epidemiológica pela prefeitura da capital. Segundo o Dasa, uma notificação também foi feita ao centro de vigilância do estado, que é responsável por comunicar o Ministério da Saúde.
*Estagiária sob supervisão de Celso Fonseca