Loteamento clandestino em Cotia (SP) é alvo de operação do Gaeco
MP e PM Ambiental cumprem 15 mandados de prisão e apuram parcelamento do solo, corrupção e crime contra meio ambiente
São Paulo|Agência Brasil
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e a Polícia Militar Ambiental deflagram, nesta sexta-feira (24), a Operação Nerthus, que visa a desarticular uma organização criminosa que pratica crimes contra a lei de parcelamento do solo, contra o meio ambiente e de corrupção ativa e passiva na região do município de Cotia, na região metropolitana de São Paulo.
Promotores de Justiça, policiais civis e militares estão cumprindo 15 mandados de prisão preventiva e 19 mandados de busca e apreensão na cidade e em outras localidades, como a capital paulista, Sumaré, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista. Entre os presos estão um policial militar e um policial civil. Três secretários municipais também são alvo de busca e apreensão.
A investigação teve origem com a Operação Fast Track, deflagrada em novembro de 2020, quando se identificou e desarticulou célula jurídica da facção criminosa do PCC (Primeiro Comando da Capital), denominada Setor Universo.
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Com base naquela investigação, também presidida pelo Gaeco, identificou-se uma organização criminosa que atua desde meados de 2018 no Parque das Nascentes, em Cotia.
De acordo com a apuração, o local apresenta grande relevância ambiental por abarcar 13 nascentes e respectivos cursos d´água. Trata-se de APP (Área de Preservação Permanente). Mesmo assim, a região tem sido alvo da organização criminosa investigada, que passou a implantar loteamentos clandestinos, com a utilização de mecanismos agressivos de desmonte ambiental, denominado correntão, técnica de desmatamento que possibilita a rápida retirada da vegetação nativa por meio da utilização de correntes presas a tratores.
Além de gravemente lesivo à flora, a prática resulta em alta mortandade de animais, que não conseguem fugir.
Na investigação apurou-se, ainda, que o êxito da atividade criminosa depende da conivência e participação de agentes públicos e políticos, que ocorre por meio de atos de corrupção.
Em nota à imprensa, a Prefeitura de Cotia informou que está acompanhando o andamento dos trabalhos. “A administração municipal está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários. Tão logo tenha acesso aos autos, poderá se pronunciar sobre o assunto.”