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Manifestantes protestam contra medidas restritivas impostas em SP

Motoristas interditam Cebolão, que liga marginais, na zona oeste, e avenida Senador Teotônio Vilela, na zona sul

São Paulo|Edilson Muniz e Isabelle Gandolphi, da Agência Record

Caminhoneiros protestam contra medidas de fechamento do governo de SP
Caminhoneiros protestam contra medidas de fechamento do governo de SP

Caminhoneiros interditam pelo menos dois pontos da capital na manhã desta sexta-feira (5) em manifestação contra as medidas de restrição impostas pelo governador João Doria para tentar conter o avanço da covid-19 em São Paulo.

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O primeiro ponto é no Complexo Viário Heróis de 32, conhecido como Cebolão, que liga as marginais Tietê e Pinheiros, no sentido Rodovia Castello Branco, na zona oeste de São Paulo. O segundo é na Avenida Senador Teotônio Vilela, altura do número 8699, região de Parelheiros, zona sul de São Paulo. A Polícia Militar acompanha o local desde às 06h10.

De acordo com os manifestantes, o grupo reivindica o recuo nas novas medidas de restrição impostas pelo governo estadual que coloca todo estado de São Paulo na fase vermelha do Plano São Paulo a partir deste final de semana.

O grupo fecha as faixas sentido Rodovia Castello Branco e permite a passagem apenas de ambulâncias e carros de profissionais de saúde. A Rodovia Castello Branco tem tráfego interrompido no sentido capital, pela pista expressa, na altura do km 13 até o 16, devido a manifestação na Marginal Tietê.


Há relatos de pontos com manifestantes também no Terminal Varginha, zona sul de São Paulo, mas até o momento, não há acionamentos para a Polícia Militar.

De acordo com o presidente da Federação dos Caminhoneiros e Transporte Autônomos de Veículos Rodoviários de Estado de São Paulo, Claunidei Natal Pelegrini, as medidas restritivas adotadas pelo governo paulista afetam minimamente os caminhoneiros autônomos. 


A presidente da Federação, que reúne 18 sindicatos, afirma que os protestos são regionais e organizados por veículos menores, como vans, pick-ups de pequeno porte. "Entendemos que é algo complicado, mas os caminhoneiros vão continuar trabalhando. Eles não podem desabastecer o país."

Segundo Pelegrini, o protesto é organizado por vans, pickup de entrega. "Eles são mais prejudicados do que nós, nós ainda vamos para os centros de distribuição. São Paulo é local de passagem pra nós, para o Ceasa e os centros de logísticas de empresas."


Fase vermelha

O governador João Doria (PSDB) classificou, na quarta-feira (3), todo o estado de São Paulo na fase vermelha por 14 dias com o objetivo de conter a alta de casos e mortes por covid-19 nos hospitais paulistas. O anúncio foi feito ao lado de membros do governo e do Centro de Contingenciamento da Covid-19, no Palácio dos Bandeirantes.

"Em São Paulo e no Brasil, estamos à beira de um colapso na saúde. Isso exige medidas urgentes", afirmou João Doria (PSDB) para justificar o endurecimento das restrições, que começam a valer a partir da 0h do sábado (6) e vão até o dia 19 de março.

"Vamos enfrentar as duas piores semanas da pandemia desde o primeiro caso na pandemia no Brasil", disse Doria. "É a pior crise de saúde dos últimos cem anos. Há 41 dias, o Brasil tem mais de mil mortes por dia. Como se cinco aviões caíssem por dia matando todos os seus ocupantes. Isso é uma tragédia que pode ser ainda pior. Não podemos banalizar a morte. Um paciente de covid-19 é internado a cada dois minutos", completou.

O coordenador do Centro de Contingenciamento da Covid-19 de São Paulo, Paulo Menezes, disse que, "hoje, é o dia mais difícil que já enfrentei desde o início da pandemia pelo diagnóstico da situação e pelas medidas a serem tomadas".

"Infelizmente não temos essa coordenação para o país como um todo, mas em São Paulo enfrentamos e colaboramos com o governador", acrescentou Menezes, antes de dizer que se tratam de medidas duras, mas essenciais para reduzir a transmissão do vírus.

O coordenador executivo do órgão, João Gabbardo, afirmou que não existe outra forma de reduzir o contágio se não com as medidas restritivas. "Hoje, o país tem o dobro de leitos de UTI comparando com o início da pandemia. Mesmo tendo dobrado, os estados apresentam cerca de 80 pessoas na fila para internar", disse. Nesta quarta-feira, o estado registra a taxa de ocupação de leitos de UTI de 75,3%. Nas duas últimas semanas, foram 93 pacientes internados.

Nesta fase, funcionam somente os serviços considerados essenciais, como farmácias, supermercados e padarias, açougues, postos de combustíveis, lavanderias, meios de transportes, oficinas de veículos, atividades religiosas, hoteis, pousadas, bancos, pet shops e serviços de entrega.

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