Mergulhadores realizam ação contra corais invasores no litoral de SP
Profissionais e voluntários se reuniram em caráter de urgência contra a proliferação de corais-sol, que ameaçam espécies nativas locais
São Paulo|Brendo Silva*, do R7
Mais de 200 kg de corais invasores foram retirados por mergulhadores no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, no litoral de São Paulo. Ações de remoção atuam ao longo de cerca de 42 km das praias.
As mobilizações foram pausadas por cerca de seis meses, devido à pandemia do novo coronavírus. Os pesquisadores retornaram recentemente com as remoções e realizaram um mutirão no último sábado (19) para a remoção dos corais-sol e limpeza das praias.
O monitoramento da proliferação dos corais-sol acontece desde 2010, quando foram descobertas as primeiras colônias, próximo a Búzios e Vitória, no litoral da região sudeste. As decisões sobre a remoção dos corais são feitas por pesquisadores especialistas do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, juntamente com a Fundação Floresta e supervisão do Ministério Público de São Paulo.
Segundo a gestão do parque estadual, os corais-sol são considerados invasores e apresentam riscos às espécies de corais nativos do Brasil. Ainda de acordo com os especialistas, isso se deve ao modo como o coral-sol se reproduz.
A espécie é nativa do oceano pacífico e se utiliza da energia de outros corais para sua reprodução, além de não ter predadores e aproveitarem das condições favoráveis das águas do litoral paulista.
Equipes de até oito mergulhadores realizam a remoção dos corais utilizando marretas, talhadeiras e outras ferramentas, em um processo de raspagem. Os corais são recolhidos em sacos e levados à superfície.
Segundo a gestão do parque estadual, ainda restam uma área de cerca de 50 m² de corais-sol para serem removidos. Representantes enfatizam a dificuldade e cuidado requerido durante todo o processo.
Muitas vezes se tratam de colônias muito pequenas, necessitando um trabalho de controle minucioso da espécie, que se espalha com facilidade ao soltar fragmentos que se prendem em pedras e dão origem a novos grupos vivos da espécie.
*Estagiário sob supervisão de Ingrid Alfaia.