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Metrô de SP ganha câmeras com reconhecimento facial após alta de roubos

Instalação visa a incrementar medidas de segurança, embora as práticas de reconhecimento facial sejam alvo de críticas

São Paulo|Do R7, com informações da Agência Estado

Objetivo é ampliar a segurança nas estações por meio de reconhecimento facial
Objetivo é ampliar a segurança nas estações por meio de reconhecimento facial

A Linha 3-Vermelha do Metrô de São Paulo ganhou nesta segunda-feira (21) um novo sistema de monitoramento por câmeras. O objetivo, segundo o governo do estado, é ampliar a segurança nas estações por meio de reconhecimento facial e melhorar o atendimento aos passageiros diante da alta de relatos de roubos. A previsão é ampliar a medida para mais linhas nos próximos meses.

Após os casos de roubo, o Metrô firmou recentemente uma parceria com a Polícia Militar para empregar agentes nas estações e instalou portas com detectores de metal em algumas delas. A instalação de câmeras, feita em cooperação com a Prefeitura de São Paulo, visa a incrementar essas medidas, embora as práticas de reconhecimento facial sejam alvo de críticas.

"É um upgrade no sistema de monitoramente de câmeras", disse o governador Rodrigo Garcia (PSDB) durante a entrega ao Centro de Controle Operacional. "São câmeras inteligentes, que têm reconhecimento facial, além de tantas outras funcionalidades, que vai ser usado para a segurança do Metrô e identificação de pessoas desaparecidas."

Conforme o governo do estado, as 18 estações da Linha 3-Vermelha e os pátios Itaquera e Belém têm 1.381 câmeras, que agora estão integradas a um sistema único para o uso dos recursos de inteligência artificial. São 945 novas câmeras instaladas e outras 436 câmeras digitais que já faziam parte do parque de monitoramento.


O projeto retira as câmeras analógicas das estações e integra todo o sistema a um novo servidor no Centro de Controle, que conta com softwares de análise de imagens, memória de 6,5 Pb (Petabyte) e capacidade de armazenamento das imagens por 30 dias.

"Foi o maior investimento em atualização de sistemas que o Metrô fez na sua história", disse Garcia. Segundo ele, estão sendo investidos mais de R$ 58 milhões na iniciativa. O novo circuito interno, de acordo com o governador, contará com 5.000 câmeras digitais espalhadas pelas estações das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. São 2.600 novas câmeras em processo de instalação, segundo o governo.


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Na linha 2-Verde, a instalação começou neste mês, nas estações Alto do Ipiranga, Sumaré e Vila Madalena, com previsão de conclusão em toda a linha para outubro de 2023. Na linha 1-Azul, a instalação será feita entre março do próximo ano e abril de 2024. Para a linha 15-Prata, não foi divulgada a estimativa.

Reconhecimento facial tem sido alvo de críticas no Brasil e no exterior

O reconhecimento facial, como mostrou o Estadão, tem gerado críticas no Brasil e no exterior, por motivos que vão desde a violação de direitos individuais até casos de falso positivo, principalmente os que envolvem pessoas negras. Questionado sobre isso o governador disse que o objetivo é dar segurança aos passageiros e buscar pessoas desaparecidas, "e não outro tipo de funcionalidade".


"Ninguém cria um sistema, investe R$ 58 milhões para fazer discriminação ou para promover o mau uso. Pelo contrário, o objetivo do Governo de São Paulo é justamente usar essa tecnologia para benefício do cidadão", disse Garcia. As práticas de segurança serão adotadas, informou a gestão estadual, de acordo com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

O governo destacou que, com recursos de inteligência artificial, um dos principais ganhos será a emissão de alerta em tempo real para a Central de Controle em situações de acesso a áreas não permitidas e de identificação de crianças desacompanhadas. O sistema ainda terá o objetivo de distinguir objetos suspeitos deixados nas estações e animais perdidos, além de facilitar a contagem de pessoas para auxiliar em estratégias de operação.

O uso da inteligência artificial também possibilitará a cooperação com a Prefeitura de São Paulo e com a Secretaria de Segurança Pública, por meio de convênios que serão elaborados, para a integração do sistema com os bancos de dados desses órgãos. Segundo o governo, essas parcerias vão permitir a busca por pessoas desaparecidas e procuradas pela Justiça.

Relatos de roubos nas estações ganharam força nos últimos meses

Nos últimos meses, passageiros do Metrô de São Paulo têm relatado abordagens de criminosos, inclusive à mão armada, em algumas linhas. Em setembro, uma médica de 28 anos foi assaltada a bordo de uma composição da Linha 2-Verde, duas estações antes de seu destino, a Estação Sumaré. Impedida de desembarcar pelo assaltante, que fazia uso de uma faca e levou sua bolsa, a mulher desceu na Estação Vila Madalena, também na zona oeste.

No fim de agosto, um grupo de adolescentes foi vítima de arrastão dentro da Estação Tatuapé, da Linha 3-Vermelha, na zona leste da capital paulista. As vítimas estavam na plataforma de embarque quando foram abordadas por criminosos, que roubaram seus celulares.

No mesmo mês, um policial à paisana reagiu com disparos ao sofrer uma tentativa de roubo dentro da Estação Higienópolis-Mackenzie, da Linha 4-Amarela do Metrô, no centro da cidade. Conforme a ViaQuatro, concessionária responsável pela linha, por volta das 20h, três indivíduos abordaram o policial. Não houve feridos.

Em maio, um jovem foi esfaqueado e teve a mão ferida enquanto acessava a Estação Trianon-Masp, na avenida Paulista, região central de São Paulo. Ele publicou fotos nas redes sociais nas quais é possível ver a mão ensanguentada e com suturas. "Tomem cuidado ao circularem pela Avenida Paulista e até mesmo no Metrô", escreveu na época, dizendo que duas pessoas estavam sentadas na escada de acesso à estação e o encurralaram quando ele passou, por volta das 19h.

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