Metroviários protestam contra fechamento de bilheterias em SP
Sindicato estima que, sem bilheterias no Metrô e na CPTM, 2 mil perderão emprego. Terceirizados também participaram do ato
São Paulo|Isabelle Amaral*, do R7
Metroviários e funcionários terceirizados realizaram mais uma manifestação contra o fechamento de bilheterias da CPTM e do Metrô nesta sexta-feira (22). O ato começou por volta das 16h e se concentrou na estação Tatuapé da Linha 3-Vermelha do Metrô, na zona leste de São Paulo.
O fechamento foi anunciado pelo governo de São Paulo no dia 4. O objetivo é fechar todas as bilheterias do Metrô e da CPTM até o fim do ano, privilegiando a comercialização de bilhetes por meios digitais.
Os manifestantes espalharam cartazes e usaram microfone e caixa de som para atrair as pessoas, pedindo que assinassem um abaixo-assinado online contra o fechamento das bilheterias. "Não adianta vir com conversa de modernização se essa modernização vai gerar desemprego", gritou uma das manifestantes no microfone.
Leia também
O R7 conversou com algumas pessoas durante o ato. A trabalhadora Mayara Matias, funcionária de uma das bilheterias da Linha 3-Vermelha, contou que teme a demissão principalmente agora no fim do ano e que não acredita na possibilidade de realocação, anunciada pelo governo de São Paulo. "O salário já é pequeno, mas pelo menos é alguma coisa", finalizou.
A vereadora Silvia Ferraro (Psol), também presente ao ato, afirmou que o fechamento é um erro, já que nem todo mundo tem celular ou acesso a contas de bancos digitais para comprar bilhetes por aplicativo ou WhatsApp. "Em um momento de crise econômica, quantos trabalhadores não vão ser demitidos com essa decisão?"
O R7 ouviu ainda os organizadores do protesto, que fazem parte do Sindicato dos Metroviários. Eles estimam que cerca de 2 mil pessoas que trabalham nas bilheterias do Metrô e da CPTM serão demitidas.
O governo de São Paulo defende a medida e afirma que o intuito é simplificar a vida dos cidadãos e gerar economia para os cofres da gestão estadual. A previsão é que sejam economizados R$ 100 milhões por ano. Segundo a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, os funcionários do Metrô e da CPTM serão realocados e não devem perder o emprego, mas os contratos de terceirizadas serão extintos.
*Sob supervisão de Márcio Pinho