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Milhões para um Carnaval fantasma. E você paga.

Prefeitura de São Paulo vai destinar R$ 33 milhões para a festa que não acontecerá esse ano. Piada de mau gosto para o contribuinte. 

São Paulo|Celso Fonseca, Do R7

Os mais jovens não vão lembrar - o que é uma pena - mas nos anos sessenta o cronista carioca Sérgio Porto (1923-1968) escreveu sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta uma série de crônicas reunidas no livro Febeapá – Festival de Besteira que Assola o País. Eram textos que relatavam os absurdos cometidos pelas autoridades do País.

Uma das mais recentes ações da Prefeitura de São Paulo entraria facilmente no tal Festival de Besteiras. Enquanto a cidade tenta diariamente sobreviver aos efeitos da pandemia e a zeladoria de algumas regiões são precarizadas com falta de serviços básicos, o município de São Paulo anuncia que vai manter o repasse de R$ 33 milhões para as escolas de samba, blocos e cordões carnavalescos da cidade, mesmo tendo anunciado oficialmente, no dia 12 de fevereiro, que o Carnaval de 2021 estava cancelado em razão da pandemia.

Sambódromo de São Paulo: milhões de reais para um Carnaval que não vai passar
Sambódromo de São Paulo: milhões de reais para um Carnaval que não vai passar Sambódromo de São Paulo: milhões de reais para um Carnaval que não vai passar (HELVIO ROMERO)

Ou seja, a Prefeitura está destinando R$ 33 milhões para agremiações carnavalescas que vão organizar um Carnaval que não existe. Sérgio Porto e seu mordaz Stanislaw estariam esfregando as mãos de felicidade com tamanho absurdo para ilustrar suas crônicas. É impossível que, num momento tão difícil, não exisitam outras prioridades maiores numa cidade do tamanho de São Paulo do que repassar R$ 33 milhões para um evento que não vai acontecer.

Para um prefeito, que como Bruno Covas, que logo após ganhar as eleições aumentou o próprio salário, e ainda não conseguiu inaugurar a controversa obra de reforma do Vale do Anhangabaú, que teria consumido, pelo que consta, R$ 100 milhões, dar dinheiro para uma festa fantasma pode ser até engraçado. Quem não vai rir, com certeza, é o contribuinte diante de seus carnês de IPTU que chegam pontualmente.

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