Morador de rua é encontrado com 92 larvas no couro cabeludo
Ele foi levado à UPA de Peruíbe em péssimas condições de saúde, onde uma grave infecção foi descoberta no couro cabeludo do homem
São Paulo|Gabriel Croquer*, do R7
Um morador de rua foi examinado e tratado em uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) em Peruíbe, onde médicos retiraram 92 larvas que infestavam o couro cabeludo do homem chamado Bruno, de 54 anos. Ele foi encaminhado por um guarda civil metropolitano, que o encontrou deitado em uma rua da cidade no litoral de São Paulo.
"Ele estava em uma situação crítica. Mais dois ou três dias podia ter uma infecção generalizada e ir a óbito", disse Bruno Chehade, médico responsável pelo atendimento. Ele relatou que recebeu o morador de rua do guarda municipal Thiago Cosme na última sexta-feira (1), desesperado por comida, com o corpo sujo e marcado com feridas.
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A equipe da UPA pretendia auxiliar o homem oferecendo um banho, corte de cabelo, refeições e exames, porém o processo fez a equipe perceber que a situação era mais séria. "O cabelo dele estava um emaranhado de piolho e de pus, um negócio triste. Eu tive que tirar todo o cabelo e vi o problema: ele estava com miíase", disse o médico.
A miíase é uma doença produzida pela infestação de larvas de mosca. As 92 larvas foram retiradas do couro cabeludo do homem em procedimento que durou três horas. "Você sufoca a larva com éter, ela sai do buraco para respirar. Neste momento, a equipe retira uma a uma com a pinça" explicou o médico.
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O morador de rua foi internado e recebeu antibióticos e medicamentos antiparasitários. Ele já foi encaminhado à sua família, que também reside em Peruíbe. "Ele estava super feliz no final e agradeceu a gente", finalizou Bruno, que afirma que o morador de rua foi liberado sem nenhum outro ferimento ou infecção grave.
Miíase
A míiase ocorre quando moscas depositam ovos em uma área lesionada da pele. A doença pode ser prevenida com a limpeza e cobertura da pele afetada. Uma vez instalada, a larva pode se desenvolver dentro do tecido por 30 a 60 dias, formando um furúnculo avermelhado.
Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia
*Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Vinhas