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Moradora de rua é presa por emprestar conta a sequestradores de ganhador da Mega-Sena

Informações são da polícia de SP. Suspeita foi detida na manhã deste domingo em uma via de Santa Bárbara d'Oeste e também deverá responder por homicídio

São Paulo|Márcio Pinho, do R7

Jonas Lucas, ganhador da Mega-Sena assassinado
Jonas Lucas, ganhador da Mega-Sena assassinado

Uma moradora de rua foi presa na manhã deste domingo (19) pela Guarda Municipal de Santa Bárbara d'Oeste, no interior de São Paulo, sob suspeita de ter emprestado uma conta para que os criminosos que sequestraram um ganhador da Mega-Sena em Hortolândia fizessem transferências. Jonas Lucas Alves Dias acabou assassinado na última quarta-feira (14) após os criminosos terem feito saques e transferido R$ 18,6 mil para a conta.

A "conteira", identificada como Samuel Messias e que é transexual, usando o nome social de Rebeca, também responderá pelo homicídio, segundo a Polícia de São Paulo, ainda que eventualmente não tivesse conhecimento do uso que seria dado a sua conta. Rebeca diz que desconhecia a intenção dos demais criminosos e que havia emprestado seus dados para que um deles recebesse auxílio do governo, segundo a polícia.

Rebeca é uma das quatro pessoas que já tiveram a prisão temporária determinada pela Justiça. No sábado (17), a polícia prendeu Rogério Spínola, um dos três supostos sequestradores — ele nega participação no crime. Permanecem foragidos Marcos Vinicyus Sales (que tem o apelido de Vini) e Roberto Jeferson da Silva (o Gordo).

A delegada que investiga o caso, Juliana Ricci, afirmou em entrevista coletiva que os suspeitos do sequestro sabiam que Jonas Lucas havia ganhado R$ 47 milhões na Mega-Sena, em 2020. "Eles tinham conhecimento da situação privilegiada da vítima. Como tomaram conhecimento, estamos apurando", afirmou.


Jonas Lucas levava uma vida simples, mas não escondia na cidade onde morava que havia recebido uma bolada, e a informação de alguma forma chegou até os criminosos, que residiam em Santa Bárbara d'Oeste.

O sequestro

A vítima foi sequestrada na manhã de terça-feira (13), perto de sua casa, quando voltava da padaria. O arrebatamento ocorreu por volta das 6h. Segundo aponta a investigação, três dos suspeitos participaram da ação e usaram dois carros, um Fiesta preto e uma Chevrolet S10 prata. O primeiro teria levado um dos suspeitos, conhecido como Vini, até uma agência bancária. No local, ele teria sacado R$ 2.000 e habilitado o uso do Pix em aplicativo no celular.


De posse de senhas obtidas mediante tortura de Jonas Lucas, o grupo teria então transferido R$ 18,6 mil para a conta de Rebeca. Eles ainda teriam tentado transferir R$ 3 milhões, mas uma gerente bancária desconfiou e não autorizou a transação.

A polícia acredita que o ganhador da Mega-Sena foi deixado em uma alça de acesso da rodovia dos Bandeirantes ainda na noite de terça, quando chovia. Ele foi achado no local pela manhã, ainda com vida, e levado a um hospital, onde acabou morrendo.


A polícia disse ainda não poder divulgar informações sobre aspectos do caso para não atrapalhar as investigações. Não é descartada a participação de outras pessoas.

O R7 não conseguiu localizar possíveis advogados de Rebeca na tarde deste domingo.

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