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Morte de Gegê do Mangue pode abalar negócios do PCC

Responsáveis pelo tráfico internacional de drogas, líderes emergentes teriam sido executados por desagradar a cúpula da facção

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Gegê do Mangue era responsável pelo tráfico internacional
Gegê do Mangue era responsável pelo tráfico internacional Gegê do Mangue era responsável pelo tráfico internacional

A facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC, pode perder força com a morte de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, encontrado morto na tarde da sexta-feira (16), em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. Com ele, também foi encontrado o corpo de Fabiano Alves de Souza, conhecido como Paca.

Para o promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Lincoln Gakiya, integrante do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), Núcleo Presidente Prudente, trata-se de uma perda inestimável para a organização.

“Eles ajudaram muito a aumentar a arrecadação e o poder de crescimento do tráfico, principalmente, porque tinham autonomia, capacidade de gestão e gozavam da confiança da cúpula”, diz o promotor.

Gegê do Mangue era considerado a maior liderança do PCC em liberdade até a sua morte. Segundo as investigações do Gaeco, não há indícios de membros da facção com o mesmo perfil de Rogério Jeremias de Simone em liberdade.

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As principais hipóteses dos investigadores de São Paulo são de que Gegê tenha sido assassinado como punição por desviar dinheiro das operações que comandava pela facção e de que as decisões tomadas por ele, em liberdade, tem sido executadas sem o aval da cúpula do PCC.

Rachas e atritos

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Ainda que a hipótese de traição em relação à cúpula se confirmem pelos investigadores, Gegê do Mangue e de Fabiano tem familiares e conhecidos reclusos no sistema penitenciário e em liberdade. “Isso pode gerar um atrito”, diz Gakiya. “Toda disputa por poder tende a enfraquecer as organizações.”

Considerado o número 2 na hierarquia do PCC, apenas abaixo do líder Marcola, Marcos Willians Herbas Camacho, Gegê do Mangue seria, segundo o Ministério Público de São Paulo, um dos controladores do tráfico de drogas no Paraguai. “Com a atuação dele e de Paca, a facção não precisou mais de intermediários, eles tomaram toda a região”, diz o promotor.

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Rearranjo de poder

Lideranças tradicionais reafirmam hierarquia da facção
Lideranças tradicionais reafirmam hierarquia da facção Lideranças tradicionais reafirmam hierarquia da facção

Foram aventadas ainda outras motivações para a morte de Gegê do Mangue e Fabiano, o Paca, na sexta-feira (16), em Fortaleza. “Trata-se de um rearranjo de poder dentro da facção”, afirma Marcio Sergio Christino Procurador de Justiça Criminal e autor do livro “Laços de Sangue: A história secreta do PCC”.

Para o procurador, a facção já passou por situações semelhantes com a morte de outras lideranças como Dionísio César Leite, o Cesinha, Jonas Mateus, Wander Eduardo Ferreira, o Cara Gorda. “As lideranças tradicionais estão reafirmando sua posição em detrimento de lideranças emergentes”, afirma Christino.

O rearranjo de poder ocorre quando as lideranças tradicionais não aceitam as decisões tomadas pelos novos líderes. Quando as execuções ocorrem, explica o procurador, elas são o fim de um processo e não o início.

A partir de agora, as mudanças seriam apenas pontuais, como troca de lideranças secundárias e mudanças de funções. O procurador também acredita que mortes envolvendo líderes como Gegê e Fabiano não teriam ocorrido sem a aprovação da cúpula.

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