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Mortos por PMs em serviço têm maior índice em três anos em SP

Vítimas subiram 10% se comparados 11 primeiros meses de 2016 e este ano

São Paulo|Kaique Dalapola, do R7

Índice de mortos em confronto com a PM subiu 10% na comparação com 2016
Índice de mortos em confronto com a PM subiu 10% na comparação com 2016

O Estado de São Paulo atingiu a marca de 799 pessoas mortas pela Polícia Militar em supostos confrontos durante os 11 primeiros meses deste ano. O número representa um aumento de 10% na comparação com o mesmo período de 2016, quando houve 726 mortes em casos registrados como resistências à abordagem policial.

Os números de pessoas mortas por policiais militares em novembro deste ano foram publicados pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) no Diário Oficial deste sábado (30).

Das vítimas, 584 pessoas foram mortas por policiais militares em serviço e 215 por PMs de folga. Com esses números, nos 11 primeiros meses deste ano policiais militares em serviço já mataram mais do que todo ano de 2015 e 2016, quando tiveram 580 e 577 vítimas, respectivamente.

Ainda foram registrados, entre janeiro e novembro deste ano, 12 homicídios culposos (quando não há intenção de matar) cometidos por policiais militares — sete em serviço e cinco em folga — e 12 vítimas de homicídios dolosos, que não foram registradas como resistência (dois cometidos por PMs em serviço e 10 por policiais de folga).


Somando as vítimas que não se enquadram como "intervenção policial" na abordagem, o número total de mortos pela PM entre janeiro e novembro deste ano foi de 823 pessoas.

Os casos registrados como resistência em dezembro deste ano devem ser divulgados no Diário Oficial no último dia útil de janeiro. O motorista Guilherme Sousa Oliveira, 22 anos, será um dos números das estatísticas da SSP-SP. Ele foi morto no dia 9 de dezembro, em Osasco, região metropolitana de São Paulo, após levar quatro tiros de peito em abordagem da PM.


Na versão dos policiais militares prestada na delegacia da Polícia Civil de Osasco, Guilherme desceu de um carro roubado atirando contra os agentes que, para revidar, atiraram contra o jovem. A SSP-SP disse que "o caso está sendo investigado por meio de inquérito policial pelo Setor de Homicídios de Osasco".

A família do motorista, no entanto, conta que o rapaz tinha ido comprar pão e cigarro em um bar próximo onde morava. No comércio, amigos teriam pedido para o rapaz levar o carro à rua debaixo. Quando foi fazer o favor aos amigos, a família de Guilherme diz que o rapaz foi perseguido pelos PMs e, após se render, foi baleado quatro vezes. "O que fizeram com meu filho foi uma armação dos próprios PMs", afirmou Abidias de Sousa, pai de Guilherme.


Governo Alckmin explica

Segundo a SSP-SP, todos os casos de mortes em supostas resistências “são rigorosamente investigados por meio de inquérito policial e a participação das respectivas corregedorias e comandos da região, das equipes do IML [Instituto Médico Legal] e do IC [Instituto de Criminalística], além do Ministério Público”.

A pasta ainda afirma que as investigações dos casos de mortes em supostas oposições à intervenção da polícia são arquivadas apenas após determinação do Ministério Público ou da Justiça.

Além das vítimas da Polícia Militar, entre janeiro e novembro deste ano, 38 policiais militares foram mortos no Estado de São Paulo. Dos PMs vítimas, 10 estavam em serviço. No mesmo período do ano passado, 19 policiais foram mortos trabalhando.

A SSP-SP não respondeu à reportagem se houve algum trabalho especial desenvolvido para que houvesse essa diminuição na morte de policiais. A secretaria disse que “desenvolve ações para reduzir a letalidade policial”.

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