Motorista se envolve em briga de trânsito com policial e é morto a tiros na zona leste de SP

Roberto Batista, de 40 anos, manobrava o caminhão da empresa quando atingiu o carro do agente de folga. Ele deixa dois filhos

São Paulo|André Carvalho, da Agência Record

05/10/2023 - 13h06 (Atualizado em 29/03/2024 - 09h56)

O motorista Roberto Carlos Batista, de 40 anos, foi baleado e morto ao se envolver em uma discussão de trânsito com um policial militar de folga, na Vila Industrial, na zona leste de São Paulo, no fim da madrugada desta quinta-feira (5).

Roberto era motorista da empresa Irmãos Rodrigues. Segundo o relato do irmão da vítima, identificado como João Batista, o homem saía da garagem da empresa para fazer uma entrega na cidade de Arujá, às 5h11.

Enquanto manobrava o caminhão, Roberto quase se envolveu em uma colisão com um veículo, guiado por um policial militar.

Após o fato, o caminhoneiro e o agente discutiram no meio da rua. Na sequência, o PM sacou sua arma e atirou no peito de Roberto.

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Policiais Militares foram acionados para uma ocorrência de briga de trânsito, envolvendo um colega e um civil. Ao chegarem ao local, os oficiais encontraram o caminhoneiro baleado.

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Roberto chegou a ser encaminhado ao Hospital Vila Alpina, mas não resistiu aos ferimentos. Seu óbito foi constatado por volta das 6h20.

Vítima deixa dois filhos

O caminhoneiro era divorciado e tinha dois filhos. A área foi isolada para realização da perícia. O caso foi registrado no 70º DP (Sapopemba).

Em nota, a PM informou que "equipes da polícia militar foram acionadas para prestar apoio a um policial militar, de folga, em situação de risco, após desinteligência com um caminhoneiro".

Ainda segundo a corporação, durante a discussão o condutor do caminhão desceu do veículo e teria colocado a mão na cintura, simulando estar armado, o que motivou o policial a revidar com disparo de arma de fogo.

Jovem diz que foi estuprada duas vezes pelo mesmo policial: "Perguntou se eu estava com saudade"

O Domingo Espetacular trouxe uma reportagem exclusiva feita pelo jornalista Roberto Cabrini com vítimas de abuso sexual em Saquarema (RJ). Duas jovens, uma de
18 anos e outra de 23, disseram que foram estupradas pelo mesmo
policial, o cabo Gerson de Paula; entenda o caso.

As duas mulheres que não se conheciam, agora estão unidas por uma história de abusos e que tem se fortalecido após novas denúncias serem registradas. Desde o dia 1° de maio, quatro policiais envolvidos no caso estão
presos. Eles foram identificados e detidos após uma operação da Corregedoria
Militar. Alexander Moreira, Diogo Lourenço e Sancler Antunes e o cabo Gerson de Paula são acusados

A jovem, de 23 anos, diz que foi violentada pelo Cabo Gerson de Paula e por outros três homens em um período de quatro meses e em dois momentos diferentes. Na primeira vez, os
policiais tiraram uma foto dela ainda de dia e voltaram à noite com carros descaracterizados,
invadindo a casa e utilizando a desculpa de que estavam averiguando porte de
drogas

"O [Gerson] de Paula me mandou tirar a
roupa, eu recusei e ele falou que ia arrancar à força, puxando meu cabelo e
dando tapas na minha cara. Quando bateram na porta, ele disse que a brincadeira
estava boa e mandou os outros entrarem. Todos me forçaram a fazer sexo oral
neles. Um dos policiais que estava do lado de fora não gostou do que estavam
fazendo e forçou para abrir a porta, mandando eu colocar a roupa".

Três meses depois, ela revela ter
sido estuprada pela segunda vez pelo mesmo cabo Gerson: "Eles me seguiram. Ele
perguntou se eu lembrava dele e se estava com saudade. Entrou na minha casa,
fechou a porta, mandou eu ficar calma, que ele não ia deixar ninguém entrar.
Falou para eu tirar a roupa e começou a me estuprar". Também teve a
promessa de um terceiro abuso sexual, que não foi consumado, pois ele não a encontrou

Ela é representada
pelo advogado Jeferson Barros, que nega o porte de drogas de sua cliente: "Quando
o cabo [Gerson] de Paula encontrou a minha cliente, ele olhou e disse: ‘era
você que eu procurava’. [Foi visto] por todos que estavam ali, tanto a família
quanto vizinhos", comenta.

A outra jovem, de 18 anos, conta como
tudo aconteceu: "Eu e minha amiga estávamos tomando refrigerante no bar. Dois
rapazes que estavam do outro lado da rua saíram correndo no momento da
abordagem, deixando drogas". Dentro de dois camburões, acusadas de porte de
drogas, as duas amigas foram levadas para uma zona de mata afastada do
município. As meninas não se apresentaram na delegacia

A suposta vítima pediu para urinar
e Gerson de Paula permitiu que ela fosse até a parte de trás do veículo,
quando o ato sexual forçado foi consumado. "Ele me xingava e batia. Falava que
era para eu ficar quieta, senão me cortaria com um canivete e rasparia meu
cabelo. Mandou eu tirar o short, algemou e começou o estupro". A moça relata
que um dos policiais teria confrontado o possível estuprador: "Você
não perde essa mania".

No dia seguinte, a garota, ainda
sem tomar banho, compareceu à corregedoria para fazer a denúncia e o corpo de
delito, no qual foi constatado lesões por ato sexual forçado. O advogado que a
representa no caso, Thiago Camarinha, falou sobre o ocorrido: "Quando a família
me procurou, ela preferiu registrar a ocorrência na cidade vizinha. Foi
encaminhada ao IML e o corpo estava com as provas intactas, possibilitando a
colheita de material genético. É só fazer a comparação. O exame mostra que ela
teve várias escoriações em suas partes íntimas", declara.

A Polícia Militar afirma por meio
de nota que as investigações estão em fase de conclusão e que os quatro agentes
seguem a disposição da Justiça.

O Domingo Espetacular vai ao ar
todos os finais de semana, às 19h45, na tela da Record TV.

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