Laura Vermont, 18 anos, foi morta em 20 de junho de 2015
Álbum de famíliaO MP-SP (Ministério Público de São Paulo) recorreu da condenação em júri popular dos cinco réus acusados de matarem a travesti Laura Vermont, de 18 anos, em 2015, na zona leste de São Paulo. Na sexta-feira (13), o 1º Tribunal do Júri da Capital condenou apenas três dos cinco homens por lesão corporal leve.
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Como a pena foi "por um crime de menor gravidade" ocorrido há mais de quatro anos, eles tiveram a punibilidade extinta. Os outros dois homens apontados como envolvidos na morte foram absolvidos pela Justiça. A decisão provocou críticas, especialmente pela violência do caso.
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Em 20 de julho de 2015, Laura foi espancada enquanto passava perto do grupo de cinco homens e, na versão da polícia, teve um desentendimento com eles. Desde a sua morte, amigos e familiares da jovem travesti acreditam que o ataque contra ela foi motivado por homofobia.
No dia do crime, ela foi socorrida pelo pai, mas acabou morrendo. Segundo o laudo do exame necroscópico, a causa da morte foi traumatismo cranioencefálico e insuficiência respiratória por ação de objeto contundente.
A condenação foi considerada leve MP-SP, considerando a forma que a travesti foi morta. Então, o órgão entrou com um pedido de anulação do júri. "Errou o magistrado na apreciação das lesões sofridas e praticadas pelos acusados ao considerá-las leves, sendo que a vítima foi praticamente massacrada em seu corpo franzino de travesti pelos acusados", afirma.
O promotor do caso, João Carlos Calsavara, alegou que os jurados não prestaram atenção nas imagens mostradas pela acusação, que demonstravam "o suplício da infeliz vítima, que busca correr dos brutamontes que a dizimaram mediante pauladas e golpes com as mãos e os pés". Também afirmou que os jurados ignoraram declarações dos acusados que confirmariam se tratar de um crime de ódio.