MP-SP pede inquérito policial para caso da médica que tomou 3ª dose
Jussara Sonner já é investigada pela Secretaria de Estado da Saúde por publicar fraude contra a vacinação anticovid nas redes sociais
São Paulo|Cesar Sacheto, do R7
A médica veterinária Jussara Sonner, que publicou em seu perfil nas redes sociais ter tomado uma terceira dose da vacina contra a covid-19, em Guarulhos, na Grande São Paulo, se tornou alvo do MP-SP Ministério Público do Estado de São Paulo) nesta sexta-feira (2).
A Promotoria de Justiça Criminal de Guarulhos requisitou ao 4º DP (Distrito Policial) do município a instauração de um inquérito policial para apurar os fatos. Também foi encaminhada uma cópia da notícia de fato à Promotoria de Justiça de Saúde Pública da cidade para eventuais providências.
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Jussara havia sido imunizada, inicialmente, com as duas doses da Coronavac, mas disse que se sentia "bastante incomodada". Então, a veterinária contou que aguardou por três meses, até que pudesse tomar a dose da vacina da Johnson — distribuída pelos Estados Unidos aos países latino-americanos. Ela foi imunizada no dia 30 de junho.
A denúncia de fraude também já está sendo investigada pela Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, por intermédio da Comissão Especial Integrada, órgão responsável pela apuração de denúncias e aplicação de penalidades a quem furar a fila da vacinação.
O Ministério Público paulista investiga 55 denúncias de fura fila dos grupos prioritários nos cronogramas municipais de imunização da população contra a doença no estado. São 22 apurações na esfera criminal e outras 33 no âmbito cível.
Outros casos suspeitos de 3ª dose
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) também investiga outros dois médicos que teriam burlado o sistema de vacinação e tomado dois imunizantes diferentes contra o novo coronavírus.
Conforme as investigações iniciais, as doses foram aplicadas em 20 de maio, em um megaposto de vacinação da cidade de São Paulo. Após tomar conhecimento da irregularidade, a Secretaria Municipal da Saúde denunciou os médicos ao Cremesp, que abriu investigação.