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Mulher é expulsa de voo por se recusar a despachar notebook, e aérea alega 'motivo de segurança'

Três agentes da Polícia Federal foram chamados para fazer a retirada de Samantha, que tentava ir de Salvador para São Paulo

São Paulo|Gabrielle Pedro, do R7

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Uma mulher negra, identificada como Samantha, foi expulsa de um voo que ia de Salvador para São Paulo na noite desta sexta-feira (28). Uma passageira, que também estava no avião, contou que a mulher foi obrigada a deixar a aeronave por não querer despachar a única mochila que carregava. Isso porque a bagagem continha um notebook, e a orientação de todas as companhias aéreas é que objetos eletrônicos sejam levados pelos donos dentro da aeronave e não sejam despachados. 

O caso foi gravado por alguns passageiros e viralizou nas redes sociais. (Assista ao vídeo no final da matéria).

Nos vídeos que circulam na internet, é possível ver três agentes da Polícia Federal — chamados pelos funcionários da Gol — ao tentarem fazer a retirada de Samantha da aeronave.

No entanto, ela questiona o motivo pelo qual deveria sair do avião, e um dos policiais responde: "Estou lhe retirando da aeronave por determinação do comandante". Em seguida, outro agente diz que o piloto alegou que ela precisaria sair por "questões de segurança".

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Samantha explica que tentou colocar sua mochila — conforme recomendação da companhia aérea — no bagageiro de cima por ter objetos eletrônicos. Como o voo estava lotado, ela teve dificuldades em achar um espaço para sua mala. Segundo ela, nenhum comissário de bordo se prontificou a ajudá-la, apenas dois passageiros.

"Se eu despachasse, o meu laptop iria ficar aos pedaços. Os comissários não moveram nenhum dedo para me ajudar. Quem me ajudou foram esses dois senhores. Em três minutos, demos um jeito e conseguimos colocar a minha mochila", detalhou.

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Em seguida, ela contou que os funcionários da Gol disseram que se o avião pousasse em outro aeroporto, fora do previsto, a culpa seria dela. "Ao invés de me ajudarem, disseram que, se a gente pousasse em Guarulhos, a culpa seria minha por não querer despachar a mochila e não porque o voo está mais de duas horas atrasado. O engraçado é que eu coloquei a mochila no compartimento há mais de uma hora, e mesmo assim o voo não decolou."

Procurada pelo R7, a Gol emitiu um primeiro comunicado dizendo que a cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos destinados à mala e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo. Horas depois, eles enviaram um segundo alegando que a tripulação ofereceu que o computador fosse retirado da mochila e por fim troca de assento para onde seria possível a acomodação da bagagem.

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A Fiocruz, onde Samantha faz mestrado em Bioética, afirmou que a aluna foi "vítima de racismo e violência contra a mulher pela forma de tratamento dispensada a ela tanto dentro do voo, pela tripulação, como pelos agentes da Polícia Federal, convocados pela cia. aérea para retirá-la à força sem justificativa".

Veja as notas da Gol na íntegra

1º comunicado

"A GOL informa que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador-Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos Clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma Cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo.

Lamentamos os transtornos causados aos Clientes, mas reforçamos que, por medidas de Segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções. A Companhia ressalta ainda que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor experiência a quem escolhe voar com a GOL e segue apurando cuidadosamente os detalhes do caso."

2º comunicado

Para complementar e esclarecer outras dúvidas que surgiram após o envio da nota de resposta, informamos que:

- A passageira acomodou sua bagagem em local que obstruía a passagem, o que trazia risco a segurança do voo.

- Em casos como este, a tripulação não pode seguir viagem e, obrigatoriamente, precisa reacomodar a bagagem.

- A Tripulação da GOL ofereceu para a cliente o despacho gratuito da bagagem, em seguida ofereceu que o computador fosse retirado da mochila e por fim troca de assento para onde seria possível a acomodação da bagagem.

- A Companhia informou, por fim, que ela teria que desembarcar para que o avião pudesse partir.

- A impossibilidade de chegar a um acordo e a necessidade de se reestabelecer a ordem fez com que a Polícia Federal fosse acionada.

Assista ao vídeo:

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