Mulher se passa por pastora e advogada para dar golpe em vítimas de São Paulo
Suspeita, presa em flagrante, exigia a realização de transferências e entregas de valores em espécie em troca de benefícios
São Paulo|Isabelle Gandolphi, da Agência Record

Uma mulher foi presa, na terça-feira (14), acusada de estelionato por se passar por pastora e advogada, no Cambuci, região central de São Paulo.
De acordo com o delegado da 5ª Seccional, Denis Camargo, a investigação teve início há três dias quando uma vítima procurou a polícia para relatar o ocorrido.
Enquanto as equipes levantavam mais informações sobre o caso, a mulher pediu mais dinheiro à vítima, que novamente procurou a polícia.
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A suspeita se apresentava como Claudia e extorquia os fiéis da igreja que frequentava, onde dizia atuar como pastora. Ela prometia ajuda para conseguir aposentadoria e outros benefícios com correção monetária.
Claudia dizia conhecer pessoas importantes que poderiam ajudar, inclusive juízes e desembargadores. Em troca, a golpista solicitava a realização de transferências e entregas de valores em espécie, o que levantou a suspeita da vítima.
O homem procurou a delegacia porque o primeiro encontro para entrega de valores ocorreu na praça Silvio Romero, no Tatuapé, zona leste da capital. A mulher dizia que possuía inúmeros contatos que o ajudariam em todo o procedimento junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
A vítima afirmou que já havia feito inúmeras transferências para contas indicadas por ela, as quais estavam em nome de duas outras pessoas. Ela decidiu procurar a polícia porque a suspeita estava marcando outro encontro para recebimento de R$ 35 mil.
Investigação
As equipes iniciaram as diligências e acompanharam a vítima até o encontro com a suspeita no Cambuci, região central de São Paulo. A criminosa alegava que o dinheiro era para "pagar o doutor", que a ajudaria com o procedimento no INSS.
No local do encontro, os agentes conseguiram prendê-la em flagrante, com os R$ 35 mil da vítima, que ela já havia guardado na bolsa. Três cartões e dois celulares também foram apreendidos. O objetivo é que a polícia localize mais envolvidos no crime.
Uma segunda vítima, de Barueri, na Grande São Paulo, foi à delegacia nesta quarta-feira (15) e realizou o reconhecimento da suspeita. Ela havia se passado por advogada e cobrado honorários da vítima, que transferiu os valores.
A golpista alegava que ajudaria a vítima a agilizar um processo e conseguiria êxito na causa.
Os três responsáveis pelas contas bancárias serão investigados pela participação nos crimes e, se comprovado, poderão responder por formação de quadrilha.
A suspeita já havia sido presa em 2019 em Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul, onde cometia os mesmos crimes, com o mesmo modus operandi.
O caso foi registrado como estelionato e associação criminosa na 5ª Delegacia Seccional, que vai prosseguir com a investigação.