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Mulheres são alvo de ‘golpe do falso amor’ durante a pandemia

Faxineira perdeu economias de toda a vida e fez empréstimo de R$ 50 mil a golpista. Atenção da família é importante para evitar casos

São Paulo|Do R7, com informações da Record TV

Golpistas se aproveitam da carência provocada pelo isolamento social para enganar mulheres durante a pandemia do novo coronavírus. Há quem perca o dinheiro poupado ao longo de toda a vida. Uma das vítimas pagava boletos de uma empresa localizada em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. 

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Uma empregada doméstica gastou as economias e ainda pediu dois empréstimos para repassar R$ 50 mil a uma paixão virtual. Ela foi mais uma vítima das quadrilhas de estelionatários que se sentem sozinhas durante a pandemia. Ela nem estava à procura de um grande amor, mas estava na rede e foi o suficiente pra ser fisgada. "[Ele] Falou que estava procurando uma pessoa do Brasil. Porque ele estava à procura de um relacionamento sério pra cuidar dele e ele cuidar da pessoa”, diz a vítima.

Crime é comum, porém pouco denunciado por vergonha da família
Crime é comum, porém pouco denunciado por vergonha da família Crime é comum, porém pouco denunciado por vergonha da família

O perfil falso dos golpistas é quase sempre o mesmo. Homens bem-sucedidos, com cargos importantes, em busca de uma parceira. Normalmente, estrangeiros. As conversas, por mensagens, são repletas de declarações.

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“O governo americano premiou ele e mais alguns com US$ 1.500.000. Gostou muito de mim, estava tremendamente apaixonado por mim. Ele queria muito que eu recebesse esse dinheiro', revela Ana, outra vítima. Como ela é corretora, o golpista disse que queria comprar uma casa em São Paulo no valor de R$ 8.000.000.

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Ciente de outros casos, a vítima se recusou a pagar um valor para a suposta liberação do dinheiro no Fisco. Sem querer acreditar, já sabia que era um golpe do amor. “Como que uma pessoa vai entregar US$ 1.500.000 pra uma pessoa que você não conhece?”, afirma. 

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O crime é comum, porém pouco denunciado, explica o delegado de polícia Carlos Henrique Ruiz. “As vítimas acabam tendo vergonha da própria família, dos familiares, dos vizinhos, de denunciar esse crime.” 

O que seria uma história de amor vira caso de policia, com criminosos profissionais e centrais de falsos relacionamentos. “Já tivemos prisões de pessoas que ficam ali falando com dez mulheres ao mesmo tempo, o dia inteiro”, revela Ruiz.

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Uma mulher do interior catarinense chora, em uma mistura de desilusão e vergonha. Foram vários pagamentos. "O meu choro é de tristeza. Saber que eu fui enganada. Nunca fiz mal pra ninguém", desabafa. "E vergonha. Vergonha porque meus filhos ficaram sabendo que eu tava mandando dinheiro.”

Cleisla Garcia gastou economia de uma vida e fez empréstimos. Pagava boletos de uma empresa que fica em Barueri, na regiao metropolitana de São Paulo.

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Mesmo diante da verdade, a faxineira não consegue se desprender do golpista. Não faz mais depósitos, mas ainda conversa com o falso amor - a ilusão ainda resiste aos fatos. “Eu respondi pra ele que eu tava bem entre aspas, tava tentando tevar a vida. só que dinheiro meu ele não iria ver mais.”

O delegado dá o alerta. “Eles ficam rastreando as redes sociais e verificam, pessoas que tem uma condição financeira. pessoas divorciadas. recém separadas, viúvas, que estão a procura de um relacionamento. Eles sabem escolher os alvos perfeitos”

Para lidar com as quadrilhas que usam o coração pra desfalcar o bolso, a atenção da família é indispensavel. “Perceber se aquele familiar está muito ali no celular. na internet, verificar se está fazendo saques. transferências, dilapidando o patrimônio da família. então isso é muito importante. O primeiro filtro é a família”, orienta Ruiz.

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