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Música no metrô custa R$ 40 mil por mês, mas não toca com regularidade

Segundo o Metrô, nenhum grande problema foi detectado e as falhas são pontuais porque as músicas dependem de funcionários para tocar

São Paulo|Kaique Dalapola, do R7

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Músicas no Metrô tem falhas
Músicas no Metrô tem falhas

Além de não agradar boa parte dos passageiros, as músicas nas estações e trens do Metrô de São Paulo, que custam R$ 40 mil por mês, não funcionam com regularidade.

Em dois dias que a reportagem foi verificar a execução do projeto, na sexta-feira (20) e segunda-feira (23), notou que as músicas não estavam sendo tocadas entre as estações República e Palmeiras-Barra Funda (Linha 3-Vermelha).


Segundo a assessoria de imprensa do Metrô, nenhum grande problema com a execução das músicas foi detectado e o governo não descontinuou com o projeto apesar das reclamações.

A assessoria explicou que as músicas estão armazenadas em pen drives sob a responsabilidade de funcionários dos trens e estações. Eles precisam colocá-las para tocar, por isso, algum descuido pontual pode causar a ausência das músicas em alguns momentos.


Música para relaxar

Uma seleção de músicas como samba, jazz, bossa nova e outros ritmos brasileiros, além de música clássica, foram escolhidas pelo Icult (Instituto de Cultura e Cidadania) para tocar nas estações e relaxar o usuários. Porém, muitos usuários reclamaram das músicas e do volume. O chef de cozinha Felipe Gomes, 27 anos, não gostou do projeto porque, segundo ele, “o Metrô critica tanto quem usa o celular sem fone mas coloca a música obrigando todos a ouvir, e nem todos gostam ou tem um fone para ouvir para escolher o que quer ouvir”.


A estudante Júlia Sanches, 22 anos, também não gostou da novidade no Metrô. Ela acredita que a ideia do governo com as músicas é “boicotar os artistas, tentando demonstrar que não precisa das pessoas cantando porque já tem música para os usuários”. No entanto, Júlia destaca que as pessoas preferem os artistas.

Na mesma linha que a estudante, o artista independente LPR A Sigla, 30 anos, também diz que as músicas no Metrô “é uma tentativa de excluir os artistas de rua”. Ele afirma que ganha a vida cantando nos trens e na rua há cerca de dois anos.


“Eles [administradores do Metrô] nunca incentivaram a música, nunca teve investimento nos artistas, e agora investem uma boa grana na indústria musical, para concorrer com a gente que está lutando para sobreviver levando a música para os usuários”, afirma o artista.

No entanto, teve quem gostou das músicas. A funcionária pública Maria Beatriz Nunes, 33 anos. Ela afirma que ouviu algumas vezes, principalmente na linha 2-Verde, e achou legal. “São músicas calmas e ajudam a relaxar, tirar da correria que é São Paulo”, diz.

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