Nova operação do Ministério Público cumpre 57 mandados e mira vereadores ligados ao PCC
Agentes cumprem 42 ordens de busca e 15 de prisão em investigação que aponta vínculo da facção criminosa com contratos com prefeituras
São Paulo|Isabelle Gandolphi e Edilson Muniz, da Agência Record
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público de São Paulo, iniciou nas primeiras horas desta terça-feira (16) a Operação Muditia, um desdobramento da primeira ação da semana passada que mira um grupo criminoso, ligado ao PCC, acusado de praticar fraudes em licitação em prefeituras paulistas.
Ao todo, os agentes públicos cumprem 42 mandados de busca e apreensão e 15 de prisão temporária. Todas as ordens judiciais foram expedidas pela 5ª Vara Criminal de Guarulhos. Entre os alvos dos policiais estão três vereadores de cidades do Alto Tietê e do litoral paulista.
A investigação apontou que as empresas operavam para frustrar a competição nos processos de contratação de mão de obra terceirizada no estado, em contratos com prefeituras e Câmaras Municipais. As empresas sob investigação possuem contratos públicos que somam mais de R$ 200 milhões.
Há indícios de fraudes em acordos selados com o poder público em Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri e Itatiba.
Os promotores indicam que existia uma simulação de concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Na outra ponta, secretários, procuradores, presidentes de Câmara de Vereadores, pregoeiros colaboravam para a confirmação da fraude, com alteração de documentos e lavagem de dinheiro.
O PCC tinha influência na escolha dos ganhadores de licitações e, com a vitória nos certames, repartia os valores.
No total, 200 policiais militares, 27 promotores e 22 servidores do MP-SP estão nas ruas para o cumprimento dos mandados.