"O centro vai deixar de ser terra de ninguém", afirma vice-governador sobre o fim da Cracolândia
Em entrevista exclusiva à Record TV, Felicio Ramuth conta como funcionará o novo pacote de medidas anunciado nesta terça-feira
São Paulo|Da Record TV
O novo programa de enfrentamento a Cracolândia, espalhada pelo centro de São Paulo, será coordenado pelo vice-governador, Felício Ramuth (PSD). O pacote de medidas foi anunciado pelo governo do estado e pela prefeitura nesta terça-feira (24). Em entrevista exclusiva ao Jornal da Record, Ramuth contou como funcionará o programa.
De acordo com o vice-governador, o projeto pode ser resumido em quatro pilares: abordagem qualificada, acolhimento, tratamento e porta de saída da Cracolândia.
O governo está contratando 200 especialistas em tratamento de dependência para fazer abordagem dos usuários. O objetivo do programa é convencê-los a ingressar no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), onde poderão receber diferentes tipos de tratamento.
O centro vai deixar de ser terra de ninguém%2C e vai passar a ser terra controlada.
“Cada pessoa tem que ser vista com a sua história e com a sua linha de cuidados. Não vamos ter uma única solução para pessoa", reforçou Ramuth. Tratamentos ambulatoriais, comunidades terapêuticas e até mesmo internações involuntárias e compulsórias serão adotadas pelo governo e prefeitura, dependendo da necessidade de cada usuário.
Outro objetivo do novo pacote de medidas é a integração do sistema de saúde e de assistência social, além da atualização dos cadastros únicos das pessoas em situação de rua e usuários de drogas que vivem na Cracolândia.
Para garantir a reinserção social desse público, o programa vai oferecer um aluguel social de até R$ 1,2 mil. O benefício será oferecido apenas para aqueles que estão em equipamentos públicos, como os hotéis sociais. Enquanto, o dinheiro será pago diretamente ao dono do imóvel, e não ao beneficiário. Outra opção é a oferta do auxílio de trabalho a partir da prestação de serviços para a prefeitura.
Na área da segurança, serão implementadas 500 câmeras com inteligência artificial pelo centro da cidade. Os dispositivos, segundo o vice-governador, têm leitores de placa e reconhecimento facial, podendo fazer a operação de segurança de forma automática.
Cerca de 500 policiais também vão atuar em operação delegada — o bico oficial, fora do horário normal de trabalho. Quando não houver flagrante, os policiais militares poderão fazer registro de ocorrência para fins judiciais sem precisar se deslocar até uma delegacia.