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Operação da PF prende sete pessoas envolvidas com esquema de corrupção e com o PCC

Entre os detidos estão policiais citados na delação de Vinicius Gritzbach, empresário morto a tiros no aeroporto de Guarulhos

São Paulo|Valéria Valente e Rodrigo Andrade, da RECORD*

Os presos foram delatados por Vinicius Gritzbach Reprodução/RECORD

Sete pessoas foram presas e uma está foragida na operação Tacitus, termo em latim que significa silencioso ou não dito, na manhã desta terça-feira (17). O grupo é suspeito de atuar para o PCC (Primeiro Comando da Capital) e de ligação com a execução do empresário Vinícius Gritzbach. A ação é encabeçada pela PF (Polícia Federal) e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP-SP (Ministério Público de São Paulo).

Entre os presos estão o delegado Fábio Baena Martin, o investigador Eduardo Lopes Monteiro, os policiais Marcelo Ruggeri e Marcelo “Bombom”, os empresários Robinson Granger Moura, o Molly, e Ademir Pereira de Andrade, e o advogado Ahmed Hassan Saleh, o Mude.

O investigador da polícia Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho Punisher, está foragido.


Todos foram citados na delação de Gritzbach, delator do PCC, assassinado a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), no dia 8 de novembro.

Uma investigação exclusiva do jornalista Roberto Cabrini, da RECORD, revelou três dias após a morte de Gritzbach uma possível participação de policiais civis em crimes de extorsão. O jornalista trouxe à tona mensagens de áudios enviadas pelo delegado Fábio Baena e pelo policial Eduardo Monteiro ao empresário. Em sua primeira e única entrevista em fevereiro deste ano, Vinicius revelou a encruzilhada em que vivia (assista à reportagem abaixo).


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Policiais localizaram fuzis e pistolas na casa dos suspeitos presos hoje Divulgação/PF e Gaeco – 17.12.2024

Ligação dos presos com o PCC

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O Ahmed Hassan é um advogado que, segundo a delação do Vinícius Gritzbach, tem ligações com o PCC. Na delação, o Vinícius anexou um áudio em que Hassan oferece R$ 3 milhões a um policial para matá-lo.

Segundo os investigadores, Robinson Granger Moura, o Molly, também aparece na delação do empresário executado. Segundo o documento, foi por meio de Molly que Vinícius conheceu Anselmo Santa Fausta e Django. Ambos ligados ao PCC.


Robinson seria uma espécie de padrinho de Santa Fausta. Ele também trabalhava como corretor e, segundo as denúncias de Vinícius, teria também ajudado a lavar dinheiro do crime organizado nessa atividade.

Molly chegou a ser ouvido pelo DHPP nas investigações do duplo homicídio que vitimou Santa Fausta e o motorista dele, Antônio Corona Neto.

Presos também possuíam joias, que foram apreendidas na ação da PF Divulgação/PF e Gaeco – 17.12.2024

O que dizem as defesas?

A defesa do delegado Fábio Baena Martin e do investigador Eduardo Monteiro divulgou uma nota à imprensa e se disse “indignada” com as prisões dos dois agentes policiais.

“A prisão hoje cumprida não possui necessidade, idoneidade e se constitui em arbitrariedade flagrante. Inadmissível no Brasil se banalizar o direito à liberdade, decretando-se prisão midiática, sem contemporaneidade, e o mais grave, por fatos que já foram investigados e ARQUIVADOS pela Justiça, por recomendação do próprio Ministério Público”, afirma o comunicado.

Os advogados complementam e dizem que “ambos compareceram espontaneamente para serem ouvidos e jamais causaram qualquer embaraço às repetidas investigações. Ademais, a defesa denuncia o gravíssimo fato que não se deu o Direito e oportunidade ao delegado Baena contatar seus advogados avisando de sua prisão e do cumprimento do mandado de busca, o que somente reforça a ilegalidade denunciada. A defesa está tomando todas as medidas para fazer cessar, imediatamente, a coação espúria constatada.”

A defesa dos demais presos e do suspeito foragido ainda não foi localizada pelo R7 e pela RECORD.

Com as prisões, a operação visa desarticular organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública de corrupção ativa e passiva.

Cerca de 130 policiais federais, com apoio da Corregedoria da Polícia Civil, foram às ruas de São Paulo, Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba. Além dos oito mandados de prisão, foram emitidos 13 mandados de busca e apreensão.

* Com a colaboração de Márcio Neves, da RECORD.

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