Operação Rebote mira líderes de facção no interior de São Paulo
Dois mandados de prisão e 13 de apreensão contra policiais militares estão sendo cumpridos. Investigação começou em 2020
São Paulo|Vania Souza, da Agência Record
Uma operação deflagrada pela Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpre nesta quinta-feira (22) mandados de prisão e busca e apreensão nas cidades paulistas de Itapira, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, Estiva Gerbi, Valinhos, Indaiatuba, Jundiaí e Várzea Paulista. A chamada Operação Rebote tem como alvo a atuação de líderes da organização criminosa PCC no interior do estado.
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A ação é realizada em conjunto com a Promotoria de Justiça de Itapira e a Polícia Militar. Participam 17 promotores de Justiça, além de cinco servidores do Ministério Público e cerca de 180 policiais militares. Também participa a Corregedoria da Polícia Militar que investiga a participação de policiais militares no esquema.
No âmbito da Operação Rebote, foram expedidos 18 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão. Já pela Corregedoria da Polícia Militar, foram dois mandados de prisão para policiais militares e 13 de busca e apreensão.
Na manhã desta quinta, houve apreensão de um número ainda não divulgado de armas de fogo, entorpecentes e celulares, além de cerca de R$ 60 mil em dinheiro.
Investigação
As investigações começaram em setembro de 2020. A apuração indicou que a maioria dos investigados ocupava funções de liderança regional e estadual na facção e no tráfico de drogas das cidades. Antes da operação ser deflagrada, seis pessoas foram presas em flagrante pelos crimes de tráfico de drogas e furto de caixas eletrônicos.
Também durante a investigação, foi possível identificar o envolvimento de policiais militares em crime de furto de caixas eletrônicos. Dois foram presos em flagrante suspeitos de integrar um grupo criminoso. O material das investigações foi compartilhado com a Corregedoria da Polícia Militar e a 1ª Auditoria Militar, que deflagrou operação para cumprimento dos mandados expedidos pela Justiça Militar.
30 dias de prazo
O Ministério Público tem 30 dias para encerrar as investigações, ouvindo os investigados e examinando os materiais apreendidos. Em seguida, deve apresentar a denúncia à Justiça Pública. Os investigados podem responder por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídio e ocultação de cadáver.
Origem do nome
A operação recebeu o nome Rebote por ter comecado com investigações e prisões de outros integrantes da facção criminosa que continuaram a realizar crimes após a Operação Macuco, em agosto de 2020. Na ocasião, 44 pessoas foram presas, 15 delas em flagrante. Nas duas fases, a Macuco resultou em ações contra 29 réus.