Ouvidoria diz que morte de jovem com tiro nas costas é "inaceitável"
Órgão que acompanha e encaminha casos de violência das polícias em SP considerou "chocante" imagem que mostra PM atirando em motociclista
São Paulo|Kaique Dalapola, do R7
"A imagem do policial atirando pelas costas é chocante e inaceitável". É assim que a Ouvidoria de Polícias de São Paulo considera ao analisar o vídeo de uma câmera de seguranaça que mostra um cabo da Polícia Militar atirando no motociclista Nadson Igor Rodrigues de Miranda, de 23 anos, em frente à segunda companhia no 29º Batalhão da PM, na madrugada do último domingo (26).
Nadson estava em uma motocicleta que havia sido roubada hora antes e fugia de viaturas da Polícia Militar. Ao passar em frente a unidade onde o policial militava trabalha, o PM saiu e teria tentado abordar o rapaz. Quando Nadson parou o veículo, o cabo atirou pelas costas.
O cabo da PM foi preso em flagrante e autuado por homicídio doloso (quando há intenção de matar). Segundo a Polícia Civil, Nadson não oferecia risco para o policial, portanto, não havia motivos para atirar. Depoimentos prestados no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e buscas feitas por policiais militares também apontam que o rapaz não estava armado.
"A Ouvidoria vai instaurar um procedimento para acompanhar as investigações dos órgãos competentes. Vamos requisitar que o Ministério Público também acompanhe o caso", disse o órgão, por meio de nota.
Também por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo disse que desde o início da gestão João Doria "tem reforçado as ações de combate à criminalidade e proteção às pessoas em todo o Estado".
Segundo a pasta, todos casos de morte decorrente de intervenção policial são "rigorosamente investigados" pelas polícias Civil e Militar, além de haver a comunicação ao Ministério Público.
Sobre a morte de Nadson, a secretaria afirma disse que "o policial envolvido na ocorrência foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio Romão Gomes, onde permanece preso", e informou que a Polícia Militar instaurou um inquério policial militar e trabalha no esclarecimento dos fatos.