Oxigênio em metade dos hospitais de SP só é suficiente para 1 semana
Segundo SindHosp, 21% dos hospitais no estado têm estoque de oxigênio para uma semana e 34% para 10 dias devido à pandemia
São Paulo|Do R7
Um levantamento do SindHosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo), feito com base nos associados da entidade, revelou que 52% dos hospitais no estado paulista enfrentam falta de medicamentos do kit intubação e também de oxigênio para o atendimento aos pacientes de covid-19.
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A pesquisa ouviu 80 hospitais privados no estado de São Paulo com 6.105 leitos clínicos e 3.236 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que correpondem a uma amostra de 20% dos hospitais da base do SindHosp de 11 dos 17 escritórios regionais de saúde do estado.
Segundo a pesquisa, o estoque de medicamentos utilizados nos procedimentos de intubação que possibilita a assistência, teria duração de uma semana para 40% das unidades consultadas; outros 27% responderam que a duração seria de até um mês. 21% até 15 dias e 12% afirmam menos de uma semana,
Já o estoque de oxigênio em 6% dos hospitais tem duração de menos de uma semana; 21% têm estoque para uma semana; 34% para 10 dias; 26% para até 15 dias; e até um mês ou mais de um mês, para 13% dos entrevistados.
Os medicamentos estão em falta mesmo com os aumentos de preços: 92% afirmam que os preços dos medicamentos aumentaram. Desse total, 44% afirmam que o aumento foi superior a 100%.
O presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, afirmou que o sistema entrou em colapso e a única saída paraacrise é diminuir a pressão de demanda sobre os hospitais. Por isso, a entidade pretende lançar uma campanha de conscientização no rádio, TV e nas redes sociais.
"Precisamos de um prazo para recuperar nossa capacidade de atendimento, repor estoques e diminuir as internações. Não temos outra alternativa. Nossa campanha é um apelo emocionado dos hospitais, clínicas e laboratórios de São Paulo", frisou.
Ocupação de leitos
Os representantes de 99% dos hospitais pesquisados afirmaram que aumentou o número de internações nos últimos dez dias. Para atender a demanda, 95% tiveram que aumentar o número de leitos clínicos no período e 89% aumentaram os leitos de UTI.
Na ocupação dos leitos de UTI para covid-19, a situação foi considerada grave: 17% dos hospitais estão com mais de 100% de ocupação dos leitos de UTI e 76% dos respondentes, entre 91% e 100%.
A ocupação de leitos clínicos para pacientes do novo coronavírus é de 100% para 4% dos pesquisados enquanto 75% dos hospitais afirmam que a taxa de ocupação dos leitos clínicos está entre 91% e 100%.