Pai culpa escola de SP após filho de 5 anos fugir sem ser visto
Escola chegou a reportar sumiço do menino, que andou por 1,2 km sozinho até voltar para casa, em Aricanduva, na zona leste
São Paulo|Isabelle Amaral, do R7

O pai de uma criança de 5 anos registrou um boletim de ocorrência para responsabilizar uma escola municipal de São Paulo por permitir que seu filho deixasse o local em que estudava sem que seguranças, professores nem funcionários percebessem.
O caso aconteceu no CEU Aricanduva, na zona leste de São Paulo, em 3 de abril.
A criança andou sozinha por 1,2 km em vias movimentadas da região, como a avenida dos Latinos e a avenida Aricanduva. Por sorte, o menino sabia o caminho de volta para casa e nada de ruim aconteceu.
Procurada pelo R7, a Secretaria Municial de Educação afirma que um processo administrativo foi aberto para apuração preliminar do caso. "Serão providenciadas a expansão do alambrado e a instalação de câmeras no quintal da unidade para reforço da segurança", diz a secretaria em nota.
Fernando Henrique de Paula conta que estava trabalhando quando descobriu que a escola havia reportado o sumiço do filho. "Minha prima estava em casa, mas até ela falar que ele já tinha chegado, minha alma saiu do corpo e voltou", afirmou o pai ao R7.
Por já pensar no pior, após a ligação da prima, Fernando imediatamente saiu do trabalho e foi para sua casa ver o filho. Quando constatou que o menino estava bem, correu para a escola, onde pediu explicações.
"Quando cheguei lá, o pessoal ainda estava procurando ele. Encontrei com a diretora, e ela veio tentar me acalmar, porque estava bem nervoso. Acabei até me alterando, falei que não se tratava de um animal, mas, sim, do meu filho, que tem 5 anos. Como assim ele saiu sem ninguém ver?", questionou.
De acordo com Fernando, a própria diretora da escola pediu para que ele não levasse o caso à polícia. No entanto, o pai conta que preferiu abrir um boletim de ocorrência e acionar um advogado para processar a escola, a fim de evitar que outras famílias passem pelo desespero por que ele passou.
Para os advogados de Fernando, a criança correu risco de acidente e até de perder a vida.
Após o ocorrido, o pai conta que a diretora passou a perguntar mais sobre a criança, se ela era assim em casa. Mas ele acredita que foi irresponsabilidade da própria escola.
"A gente confia que nossos filhos aprendem e são supervisionados por lá, mas vemos cinco ou seis seguranças que ficam ao redor sempre com o celular na mão. É óbvio que ninguém vai perceber nada", afirma.
Secretaria Municipal de Educação investiga a conduta da escola
Apesar de o caso ter acontecido em 3 de abril, apenas na manhã desta terça-feira (6), mais de dois meses depois, Fernando foi chamado pela Secretaria Municipal de Educação de Itaquera para prestar esclarecimentos.
O homem conta que passou todas as informações necessárias e que a secretaria afirma que está apurando o caso.
Veja a nota da Secretaria Municipal de Educação na íntegra:
"A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), esclarece que a Diretoria Regional de Educação (DRE), tão logo foi informada sobre o caso, abriu um processo administrativo para apuração preliminar.
A equipe gestora informa, ainda, que serão providenciadas a expansão do alambrado e a instalação de câmeras no quintal da Unidade para reforço da segurança. A supervisão escolar acompanha o caso, acolheu os familiares e acionou o Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem (NAAPA), composto de psicopedagogos e psicólogos, visando à garantia dos direitos e proteção dos estudantes.
Um Boletim de Ocorrência foi registrado pela família, e a pasta está à disposição dos familiares para quaisquer esclarecimentos."
