Pai de Gael relembra último momento com filho: 'Papai, te amo'
À Record TV, homem preferiu não ser identificado e disse que só vivia em SP por conta do filho: 'Minha vida foi voltada pro Gael'
São Paulo|Do R7
O pai do garoto Gael de Freitas Nunes, que morreu nesta segunda-feira (10), concedeu entrevista à Record TV e relatou os últimos momentos que viveu com o filho de três anos na tarde deste domingo.
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"Ele me abraçou e disse que me amava muito: 'Papai, eu te amo'", afirmou o homem, que preferiu não ser identificado, chorando, ao Balanço Geral.
Ele relata que buscava o filho às sextas-feiras e o levava de volta para a mãe nos domingos, geralmente às 17h. Como este último havia sido Dia das Mães, levou o menino mais cedo e ainda comprou um chocolate para que o filho presenteasse a mãe.
O pai de Gael, a quem se refere como "um moleque amado e amoroso com todo mundo, era felicidade e vida", comentou que só vivia em São Paulo (SP) por conta do filho. Sua família vive na Paraíba.
"[Estou aqui] por só um motivo: Gael. Não fosse meu filho, eu não estaria aqui em SP. Ele é o único neto da minha mãe e do meu pai, meu único filho. Abri mão de propostas de emprego por ele. Minha vida foi voltada pro Gael", disse.
A respeito de sua relação com a mãe do garoto, ele comenta que sempre foi uma boa convivência, mesmo após a separação: "Nunca deixamos de ser amigos. Quando separei ainda tinha acesso ao prédio. Só de um tempo pra cá que ela começou a ficar diferente comigo, mas a gente nunca teve problema".
Perguntado sobre a hipótese de uma outra pessoa estar no apartamento no momento do crime e ter tido influência na morte do filho, ele disse que a possibilidade está fora de cogitação, mas que prefere não pensar na prisão da mãe de Gael.
"Que a Justiça seja feita. Nada vai voltar. Não penso nisso, dela ser presa. Não vai voltar meu filho, quero apagar isso da minha vida", afirmou.
Caso Gael: tia-avó revela que mãe da criança já esteve internada por problemas psiquiátricos
O homem comentou que, nesta quarta-feira (12), levará o corpo do filho para ser enterrado na Paraíba, onde vive sua família.
Ele conta que o filho nunca o chamava 'apenas' de pai: "Ele nunca chamou [apenas] de papai. Era sempre 'papai, eu te amo'".
O caso
Gael morreu na manhã desta segunda, com sinais de agressão no bairro Bela Vista, no centro da capital paulista. A mãe, principal suspeita pelo crime, foi presa em flagrante.
Segundo relatos da tia-avó, que vivia com os dois, por volta das 9h o garoto havia ido à cozinha do apartamento, onde estava a mãe.
A tia-avó permaneceu na sala e a irmã do menino, de 13 anos, estava no quarto. A tia-avó contou que ouviu a criança chorar, mas pensou que ele queria o colo da mãe, como era comum.
Ela chamou Gael para voltar a assistir desenho, mas a mãe respondeu que o filho iria ficar na cozinha.
Cerca de cinco minutos depois a idosa escutou barulhos fortes de batidas na parede, mas achou que o som era de outro apartamento. A tia-avó relatou que logo depois o menino parou de chorar. Ainda de acordo com a tia-avó, cerca de 10 a 15 minutos depois, ela ouviu o barulho de vidros estilhaçando, foi até a cozinha e encontrou o menino no chão, coberto com uma toalha de mesa, em meio a uma poça de vômito.
A mãe estava ao seu lado. A tia-avó do garoto perguntou para a mãe o que tinha acontecido com Gael, mas a mulher, que parecia estar em estado de choque, não disse nada.