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Para diretor do Mercadão de SP, comerciantes que dão golpe da fruta 'não representam o todo'

Nova gestão diz que vendedores abusivos são minoria e trabalha para resolver problemas com fiscalização, multas e interdição

São Paulo|Gabriel Croquer, do R7

Procon-SP afirma que coação sobre clientes é prática abusiva e passível de multas
Procon-SP afirma que coação sobre clientes é prática abusiva e passível de multas

Em meio a diversas denúncias sobre o "o golpe da fruta" no Mercadão Municipal de São Paulo, o diretor-presidente do consórcio responsável pelo local, Alexandre Germano, diz que os vendedores com práticas abusivas não "representam o todo" e que a nova gestão trabalha para acabar com o problema "em curtíssimo prazo" por meio de reuniões com os lojistas, fiscalização e multas. 

"O bons estão pagando pelos maus. Tem muita gente ali que não tem uma infração e não tem nem por que participar das reuniões setoriais, mas participa para ouvir, para opinar. São empresários que levam com total lisura o negócio deles. O Mercadão é muito mais do que isso", diz. 

Conforme mostrou reportagem do R7, dezenas de queixas de clientes do Mercadão contra atendentes de barracas de frutas já foram registradas em redes sociais ou páginas de turismo. O roteiro é parecido: as pessoas são recebidas pelos funcionários, que oferecem a elas amostras de frutas bonitas e diversificadas para provar. Enquanto isso, montam bandejas e coagem os clientes a comprar os produtos, geralmente poucas frutas cujo valor fica entre R$ 300 e R$ 800.

O Procon-SP afirma que a tática é abusiva e infringe diversos princípios do Código do Consumidor. O órgão acrescenta que amostras oferecidas pelos estabelecimentos não podem ser cobradas e o preço dos objetos deve estar sempre explícito para os clientes.


Germano admite que atendeu muitos clientes com reclamações do tipo no escritório onde trabalha, dentro do Mercadão. Com o início de reuniões de orientação e a aplicação de multas aos lojistas, ele relata ter sentido uma diminuição do problema nas últimas semanas. 

"Eles [donos de barraca] vinham em um ritmo em que eles mesmos faziam os regramentos e fiscalizavam, porque era uma associação de permissionários, então isso não tinha como dar certo mesmo. Houve uma virada de chave um pouco brusca com o nosso regimento interno", comenta.


O diretor explica que a maioria das ocorrências começa com questionamentos dos visitantes sobre preços abusivos das frutas e que eles relatam que algumas dessas situações são acompanhadas de ameaças e zombaria por parte dos vendedores.

Com base nas reclamações, 11 barracas de frutas já foram autuadas, seis multadas e uma chegou a ser interditada por 24 horas. Ele acrescenta, no entanto, que essas empresas são minoria no Mercadão, que tem 265 empreendimentos no total. 


Segundo Germano, o problema com vendedores de frutas é uma entre muitas questões a serem resolvidas no Mercadão desde a assinatura do contrato do Consórcio Novo Mercado Municipal com a Prefeitura de São Paulo para gerir o local por 25 anos. 

"A gente descobriu, por exemplo, que a rede de esgoto está condenada e a gente vai ter que fazer uma rede de esgoto nova. O Mercado não tinha para-raios. Priorizamos dez obras emergenciais. São obras, hoje, imediatas, que envolvem principalmente a segurança e o bem-estar", afirma. 

Uma das principais metas é obter alvará do Corpo de Bombeiros para o Mercado%2C que vem desde sua fundação sem nenhum alvará

Em médio prazo, ele cita também obras na fachada, calçadas e banheiros, que fazem parte do acordo com a prefeitura de restauro e reforma nos primeiros dois anos da concessão.

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