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‘Parecia uma guerra’: moradores de Botucatu vivem medo após ataque

Moradores da cidade relataram ao R7 sobre o que presenciaram e como viveram as horas de pânico na madrugada desta quinta-feira (3)

São Paulo|Guilherme Padin, do R7

De sua casa, morador fotografou policiais durante tiroteios em Botucatu (SP)
De sua casa, morador fotografou policiais durante tiroteios em Botucatu (SP)

O ataque a agências bancárias de Botucatu (SP), na madrugada desta quinta-feira (30), os conflitos com a Polícia Militar e as posteriores buscas pelos autores deixaram a população local em estado de alerta. Moradores relataram ao R7 sobre o que presenciaram e como viveram as horas de pânico desde o episódio.

“Estamos todos trancados dentro de casa e com medo, porque não se sabe onde os caras estão e se ainda vão fazer alguma coisa. Tá todo mundo bem tenso”, relata Anália Fressati, uma moradora. Anália ouviu os primeiros disparos ao fim da noite, e conta que estranhou ao receber uma mensagem de uma amiga que vive no outro lado da cidade e também ouviu disparos.

“Achamos super estranho, aí as notícias começaram a surgir, de que eram assaltos em vários bancos pela cidade. E foi assim até 2h30 da manhã”, diz.

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Um outro morador, que preferiu não se identificar, viu trocas de tiro em sua rua. Ele vive no centro da cidade, entre um batalhão da Polícia Militar e duas agências bancárias atacadas. Ouviu o primeiro disparo às 23h35 da quarta-feira (29), e comenta que os tiros nos arredores de seu prédio duraram por pelo menos duas horas meia.


“Ficaram um bom tempo aqui. Em uma rua abaixo houve uma troca de tiros ainda mais pesada. O pessoal da cidade está muito assustado, mas me mantive calmo. Fiz o que podia fazer: fiquei sentado no meio da minha casa, longe da janela, e esperei passar. Mas durou bastante”, comenta.

Segundo a moradora Marina Santini, o estado de alerta ainda se faz presente pela cidade, mesmo findados os tiroteios. “As pessoas estão bastante apreensivas, pois estão ocorrendo as buscas e houve tiroteios durante a madrugada e hoje de manhã”, disse ela.


Uma outra moradora, também sob anonimato, conta que nunca sentiu medo por tanto tempo. “Quando a gente achava que tinha parado, se ouvia mais tiros. Pela quantidade de tiros parecia uma guerra mesmo, e não parava. Eu ouvia mais perto, depois mais longe”, comenta. O sentimento que ficou, segundo ela, foi de “tristeza, medo e impotência”.

A cidade segue sob toque de recolher dado pela Prefeitura de Botucatu, já que as diligências para encontrar os criminosos permanecem. Ainda não há confirmação sobre a motivação dos ataques, mas, segundo as investigações, um dos possíveis motivos seria a retaliação pela incineração de cerca de 600 quilos de drogas coordenada pela Delegacia Seccional de Polícia de Botucatu durante esta quarta-feira (29).


Fake news

Os moradores ouvidos pela reportagem relataram uma outra situação em comum: a apreensão na busca por notícias seguras sobre o que ocorria durante a madrugada de pânico em Botucatu ou as novidades a respeito do episódio.

Anália Fressati comenta que as mensagens com novas informações são incessantes e que, por isso, tem se atentado a como filtrá-las. “Hoje em dia rola muita fake news, então recebemos notícias do todo quanto é tipo”, comenta ela, que tem acompanhado apenas “jornais de confiança” para se informar sobre o ataque às agências na cidade.

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