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Passageiros passam mal após PM usar bombas em ato no Metrô de SP

Crianças e idosos sofreram com o efeitos das bombas de gás utilizadas para dispersar ato contra a tarifa na entrada do Metrô República

São Paulo|Márcio Neves e Kaique Dalapola, do R7

Passageiros sofreram com efeitos do gás na área interna do Metrô República
Passageiros sofreram com efeitos do gás na área interna do Metrô República

Dezenas de passageiros passaram mal e precisaram correr após equipes da Polícia Militar usarem bombas de gás próximo da entrada da estação do Metrô República, que atende as linhas 3-Vermelha e 4-Amarela, no centro de São Paulo, para dispersar um grupo que realizava um ato contra o aumento das tarifas de ônibus nesta quinta-feira (9).

Por ser uma estação subterranêa, o gás dispersou para a área interna da estação. Entre os os passageiros, crianças, idosos e pessoas com deficiência, foram flagrados pela reportagem do R7 correndo para as plataformas com dificuldades para respirar.

Uma idosa precisou de atendimento da equipe do Metrô na estação. Crianças e idosos faziam filas no banheiro da estação para lavar olhos, boca e nariz.

Gás faz passageiros fazerem fila próximo ao banheiro
Gás faz passageiros fazerem fila próximo ao banheiro

Após o bloqueio de catracas, passageiros tentavam correr para escapar do efeito do gás, incluindo pessoas com mobilidade reduzida.


Segundo o Metrô de São Paulo, a estação República passou "por um monitoramento de fluxo realizado pela Polícia Militar e por agentes de segurança do Metrô" e que "o funcionamento da estação segue normalmente". 

A estação Ananhagabaú chegou a ficar com algumas de suas entradas fechadas para a circulação de passageiros.


Policiais foram atingidos por tinta
Policiais foram atingidos por tinta

Segundo a Polícia Militar, ao menos duas pessoas foram detidas no fim do ato e numa rede social afirmou que a ação foi necessária após os manifestantes jogarem pedras e tintas nos policiais durante o fim do ato, tentando forçar uma entrada na estação do Metrô República.

O R7 questionou a PM sobre o procedimento para o uso das bombas de gás próximas a um local confinado e a ação de dispersão do ato contra as tarifas, mas até a publicação desta repotagem, não recebeu resposta.


Atos contra a tarifa

Nesta quinta-feira (9) ocorreu o segundo novo protesto do MPL (Movimento Passe Livre)nesta quinta-feira (9) contra o aumento da passagem de ônibus na cidade de São Paulo. Manifestantes se reuniram na Praça da Sé, região central da capital paulista, e caminharam pelas ruas centrais por volta das 18h, terminando o ato próximo da Praça da República.

Aumento da passagem

Na virada do ano, o prefeito, Bruno Covas (PSDB), e o governador paulista, João Doria (PSDB) anunciaram o aumento da tarifa de R$ 4,30 para R$ 4,40. O valor das passagens unitárias do transporte público aumentou já a partir do dia 1 de janeiro de 2020. O custo do Bilhete Único Escolar será fixado em R$2,20.

Na época em que anunciou a intenção de abaixar o valor das passagens, o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Edson Caram, justificou: "não é um aumento na tarifa, é uma reposição menor do que deveria acontecer. O reajuste proposto está abaixo da inflação que deve ficar entre 3,5 e 3,9% ao ano", durante reunião do CMTT (Conselho Municipal de Transporte e Trânsito), que ocorreu no dia 19 de dezembro do ano passado.

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