Passageiros relatam perrengues em SP com greve do Metrô e da CPTM
Funcionários param por 24 horas para protestar contra privatizações; paralisação deve afetar 4,5 milhões paulistanos
São Paulo|Do R7, com informações da Record TV
Os passageiros que costumam usar o Metrô e a CPTM (Companhia Paulista de Trens e Transportes), em São Paulo, compartilharam os perrengues que estão enfrentando para chegarem aos seus destinos. A greve que se iniciou à meia-noite desta terça-feira (3) deve afetar 4,5 milhões paulistanos ao longo do dia.
Luci Moraes, de 41 anos, costuma sair de casa em direção ao trabalho às 4h40 e demora, todos os dias, cerca de três horas para chegar. Nesta terça, no entanto, ele vai se atrasar: "Dependo muito do metrô. Sem ele, demoro muito mais".
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Solange Ferreira, de 61 anos, é autônoma e pretendia pegar um ônibus de viagem no Terminal Rodoviário Tietê, que também é uma estação de metrô, para a cidade de Águas de São Pedro, no interior de São Paulo, às 6h30. Para chegar ao local, a idosa utilizaria a linha 1-Azul do Metrô.
“Vou ter que pegar ônibus municipal para ir para a rodoviária tentar trocar a passagem. Não imaginava que o metrô ia paralisar 100%. Paciência”, afirmou ela ao repórter Rafael Ferraz, da Record TV.
Já Clodoaldo Gomes, de 34 anos, é auxiliar de cozinha e tinha que entrar no trabalho às 7h, porém, por conta da greve, desistiu de chegar ao seu destino. Ele acha arriscado entrar nos ônibus, que estão lotados devido à alta demanda. “Vou voltar para casa. Não tem como entrar num ônibus assim. Falta respeito com quem tem que trabalhar."
Quais linhas serão paralisadas?
As linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, do Metrô, não devem operar nesta terça (3). Por elas, passaram cerca de 2,94 milhões de passageiros em dias úteis em agosto. As linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral 12-Safira e 13-Jade, da CPTM, também serão afetadas pela greve. Elas transportaram, em média, 1,55 milhão de passageiros em dias úteis em agosto.
Na soma dos meios de transporte e com base nos últimos dados disponíveis, são cerca de 4,5 milhões de passageiros que usam essas linhas diariamente, segundo os dados do Metrô e da CPTM.
Já as linhas privatizadas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda, administradas pela ViaQuatro e pela ViaMobilidade, vão funcionar normalmente ao longo do dia.
Medidas tomadas pelo governo e prefeitura
Para tentarem minimizar o impacto, o governo do estado e a Prefeitura de São Paulo anunciaram uma série de medidas nas últimas horas, como a decretação de pontos facultativos, a suspensão do rodízio de carros e a ampliação da frota de ônibus na capital paulista.
Além disso, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região determinou que os ferroviários e metroviários trabalhem normalmente nos horários de pico — das 6h às 9h e das 16h às 19h — e 80% nos demais períodos.
Entretanto, o sindicato promete interromper completamente o funcionamento das nove linhas sob gestão pública.
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