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Paulistanos driblam fiação solta pela cidade, e especialistas explicam se há risco de choque

Engenheiros elétricos alertam para a possibilidade de que os cabos estejam energizados

São Paulo|Isabelle Amaral, do R7


Pedestre desvia de fio pendurado
Pedestre desvia de fio pendurado

Quem nunca passou por uma rua ou avenida e viu fios de energia pendurados? Alguns até com a parte interna exposta. Essa situação tem sido motivo de reclamação de muitos moradores de São Paulo, que temem tomar um choque.

Os cabos soltos tendem a ser até mais frequentes, uma vez que o número de furtos de fios é crescente. No estado de São Paulo, mais de 1.500 quilômetros de cabos foram furtados entre março e abril, o equivalente à distância entre São Paulo e Porto Seguro (BA).

O alvo dos criminosos é o cobre, material que constitui os cabos e é valorizado no mercado. No local dos furtos, é comum serem deixados fios pendurados. 

Se energizados, os cabos soltos podem causar choque elétrico, com a possibilidade de queimaduras, contração muscular e até a morte, dependendendo da intensidade, explica José Aquiles Grimoni, professor e coordenador do curso de engenharia elétrica da USP (Universidade de São Paulo).

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Segundo Grimoni, como as pessoas não têm condições de saber visualmente se a fiação está energizada ou não, é melhor evitar contato. 

"Um caso muito comum são cabos que caem em cima da lataria de carros com pessoas dentro. Orienta-se que elas evitem sair do veículo se não tiverem garantia de que os fios não estão energizados, pois poderão tomar um choque elétrico, que, a depender, pode ser mortal", ressalta o especialista.

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Foi o que ocorreu com uma família do Rio de Janeiro, que morreu quando um cabo de energia elétrica caiu sobre o carro em que um bebê, o pai, o tio e o avô dele estavam.

Desvio da fiação

Cabos soltos em Guarulhos
Cabos soltos em Guarulhos

O professor Israel Dantas reclama da mobilidade urbana em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Segundo ele, os fios de energia soltos não apenas prejudicam a caminhada e até motoristas, mas representam riscos à vida.

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A estudante Manuella Brito, moradora de Brasilândia, na zona norte, conta que sempre atravessa a rua quando vê fios de energia soltos. "Tenho medo de tomar choque", afirma.

A jovem, de 19 anos, que trabalha como aprendiz em uma empresa localizada na avenida Paulista, comenta "as diferenças extremas" entre essa via e outras ruas de bairros de São Paulo. A Paulista é uma das poucas vias da capital que têm toda a fiação aterrada.

"Você sai de um lugar lindo, um ponto turístico renomado, que tem os fios todos escondidos, e vem para um ambiente esteticamente feio que, além de ter os cabos soltos, traz risco e ainda tem aquele mutirão de fio pendurado em poste. É horrível", afirma.

Na chuva, os riscos são maiores

De acordo com o professor Bruno Lima, coordenador do curso de engenharia elétrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em dias de chuva, os riscos de uma pessoa ser eletrocutada devido aos fios de energia soltos são ainda maiores. "Com o solo úmido, mesmo sem contato físico com o cabo, é possível tomar choque, porque a água consegue levar a eletricidade", explica.

Quando um cabo se rompe, geralmente a concessionária de energia recebe um alerta para desenergizar o fio automaticamente. Entretanto, esse mecanismo nem sempre é 100% garantido.

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O engenheiro Rafael Nóbrega ressalta o fato de que em postes geralmente não existem apenas fios de rede de energia, mas também cabos de telefonia, internet e televisão, o que provoca um acúmulo de fiação e dificulta as denúncia sde uma situação irregular.

O especialista, que é líder de desenvolvimento de negócios na Hexagon, empresa fornecedora de soluções em tecnologia, evidencia a importância de investir em equipamentos inteligentes para a desenergização imediata do fio e, assim, evitar acidentes. "É questão de segurança", afirma.

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