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'Pele escura, ela é feia', diz professor em sala de aula sobre aluna negra

Vídeo foi registrado dentro de sala do 9º ano do ensino fundamental de escola em Santos. Aluna diz que está com 'vergonha de aparecer na própria sala'

São Paulo|Kaique Dalapola, do R7

Um professor de história do 9º ano do ensino fundamental da escola estadual Professora Alzira Martins Lichti usou termos racistas para ofender uma estudante de 15 anos, na última sexta-feira (8), dentro de uma sala de aula.

"Pele escura, ela é feia. A pele dela parece um Chokito, toda 'pelotada' a pele dela", disse o professor, filmado por uma aluna amiga da vítima. A ofensa foi feita em outra sala de aula, sem a presença da menina.

O vídeo foi publicado nas redes sociais na noite do último domingo (10), pela própria vítima, que pediu para que o caso fosse compartilhado.

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A estudante disse que recebe aula do professor, mas não fica conversando e brincando com ele. Segundo a menina, o professor tem hábito de colocar outros alunos como vítima de suas supostas brincadeiras, mas com ela é mais ofensivo. "Ele não gosta de mim".

Professor (no meio) ofendeu aluna em sala de aula
Professor (no meio) ofendeu aluna em sala de aula

Desde a gravação do vídeo, a menina afirma não ter mais visto o docente. Ela foi normalmente para escola na segunda-feira (11) e nesta terça-feira (12), e diz que não houve comentários sobre o caso.


Mesmo assim, pelo fato de as ofensas serem recorrentes, ela conta que fica desestimulada em ir para escola. "Tenho vergonha de aparecer na minha própria sala de aula. Não aguento mais este sofrimento", disse a estudante.

A menina afirma que as ofensas do professor fazem com que ela fique "muito mal". "Ele me xinga, fala que sou muito feia, que sou preta, que sou a mais feia da escola, e fala que minha pele é feia porque sou negra". 


Outro lado

O R7 entrou em contato com o professor via redes sociais e solicitou uma entrevista para ele se posicionar sobre suas falas em sala de aula. No entanto, não houve nenhum retorno até a publicação desta reportagem.

A Diretoria Regional de Ensino de Santos afirmou, por meio de nota, que repudia todo e qualquer ato de discriminação, dentro e fora do ambiente escolar. Por isso, assim que tomou conhecimento da denúncia, abriu uma apuração e o caso está sendo averiguado. Caso comprovadas as acusações, todas as medidas cabíveis serão tomadas.

"O professor será afastado preventivamente de suas funções docentes até que o caso seja devidamente apurado. A administração regional prestará todo apoio aos pais e está à disposição para qualquer esclarecimento", concluiu a nota.

Já a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) disse que o caso não foi registrado. Segundo a pasta, a Polícia Civil da região soube do caso e deve procurar a vítima e a mãe para saber se querem registrar um boletim de ocorrência.

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