Peritos responsáveis por exumação do corpo de Matsunaga terão que responder a lista de perguntas
Somente depois que quesitos forem encaminhados é que data da perícia será marcada
São Paulo|Do R7
Os peritos responsáveis pela exumação do corpo do executivo da Yoki Marcos Matsunaga terão que responder a uma lista de perguntas elaboradas pela defesa de Elize Matsunaga, pelo Ministério Público e pelo juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri da Capital. Somente quando todos os quesitos forem encaminhados é que um ofício será apresentado à Polícia Científica para que a data da nova perícia seja marcada.
No último dia 14, a Justiça aceitou o pedido de exumação do corpo do empresário. A solicitação foi feita no final do ano passado pelos advogados da acusada.
Durante audiência de instrução do processo, realizada na quarta-feira (30), Elize reiterou que matou e esquartejou o marido sozinha e decidiu não responder às questões do promotor José Carlos Cosenzo e do assistente de acusação, Luiz Flávio D'Urso, advogado contratado pela família da vítima. Ela chorou em diferentes momentos do interrogatório.
Apenas após a realização da perícia através da exumação do corpo da vítima e da apresentação de laudo e de pareceres técnicos é que defesa e acusação farão as alegações finais. Na sequência, o magistrado terá um prazo para que apresente a sentença, que pode levar Elize a júri popular.
Qualificadores
A defesa da ré pediu a realização da exumação do corpo do empresário porque quer averiguar se Marcos morreu em função do tiro na cabeça ou se estava vivo ao ser esquartejado. A perícia servirá para determinar o momento da morte da vítima.
Segundo o primeiro laudo necroscópico, assinado pelo legista Jorge Pereira de Oliveira, Marcos morreu em decorrência de traumatismo craniano, provocado pelo tiro, associado à asfixia, por ter aspirado sangue durante a decapitação, indicando que ainda respirava quando foi degolado. Esta é considerada uma qualificadora do crime, porque caracteriza "meio cruel". Elize responde por homicídio doloso (quando há intenção de matar) triplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima).
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Depoimentos são mantidos
Além do pedido de exumação do corpo de Marcos Matsunaga, a defesa de Elize também solicitou o “desentranhamento de documentos”. Na última audiência de instrução do caso, em dezembro, o advogado Luciano Santoro explicou que o objetivo era retirar do processo depoimentos que foram “maculados, viciados por perguntas feitas pela acusação”.
A solicitação foi negada pelo magistrado. Paukoski considerou que "não era o caso", porque se tratam de testemunhas "desimpedidas de depor".
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O caso
O empresário, herdeiro da Yoki Alimentos, foi encontrado morto e esquartejado na Estrada dos Pires, em uma região rural, em Cotia, na Grande São Paulo, no dia 27 de maio. O corpo foi localizado, cerca de uma semana após o desaparecimento, cortado em pedaços e colocado em sacolas plásticas.
Elize Matsunaga, mulher do executivo, confessou o crime e o esquartejamento no dia 6 de junho. De acordo com as investigações, Elize suspeitava de que o marido estivesse tendo um caso e contratou um detetive particular para segui-lo. O profissional confirmou a traição.
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De acordo com a versão da mulher, o marido foi morto com um tiro após uma discussão entre o casal, onde ela teria sido agredida. Para a MP, a motivação do crime não foi passional. Na avaliação do promotor José Carlos Cosenzo, Elize teria matado por dinheiro.