PF mira organização criminosa que usava funcionários de aeroporto de SP para o tráfico de drogas
São cumpridos 23 mandados de prisão preventiva e 24 de busca e apreensão. Recursos apreendidos chegam a R$ 53 milhões
São Paulo|Do R7
A PF (Polícia Federal) faz nesta terça-feira (19) a Operação Bulk para reprimir o crime organizado e o tráfico internacional de drogas. A investigação apontou o envolvimento de funcionários de aeroporto no esquema.
Policiais federais cumprem 23 mandados de prisão preventiva e 24 de busca e apreensão expedidos pela 5ª Vara da Justiça Federal em Guarulhos, na Grande São Paulo.
As medidas acontecem, simultaneamente, nos municípios de São Paulo, Sorocaba, Guarulhos e Praia Grande. Também é cumprido um mandado em Portugal, determinado pelo Poder Judiciário, em virtude de difusão vermelha transmitida pela Interpol.
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Foi determinado ainda o sequestro de todos os imóveis e veículos, além dos valores depositados em contas bancárias e aplicações financeiras, em nome dos investigados. Os recursos chegam a R$ 53 milhões.
Investigação
Teve início em 2021 e, durante o período, foram apreendidos 887,5 kg de cocaína em nove eventos: três em Guarulhos, dois em Lisboa (Portugal), um em Frankfurt (Alemanha) e três em Amsterdã (Holanda).
A organização criminosa cooptava funcionários e prestadores de serviços de aeródromo para que colocassem carregamentos de cocaína no interior de aeronaves comerciais que realizavam voos regulares. Os voos partiam do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Segundo a PF, os grupos se organizavam com divisão de tarefas, coordenação hierárquica que atuava na parte externa do aeroporto e que seria responsável por armazenar grandes quantidades de cocaína.
Além de ser o proprietário da droga, o grupo tinha responsabilidade exclusiva nas negociações em relação a quantidade, destino, especificação de voos e tratativas com os destinatários no exterior.
Os investigados serão indiciados por tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, cujas penas variam de dez a 25 anos de reclusão.
O nome da operação faz alusão a um dos compartimentos de carga de aeronaves comerciais de longo curso (bulk cargo), localizado no porão, próximo à parte traseira.