PF prende empresário suspeito de liderar esquema de pirâmide em SP
Investigações revelam que, em 4 anos, mais de R$ 100 milhões foram movimentados em um grande esquema de pirâmide financeira
São Paulo|Do R7
A Polícia Federal, com apoio da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual de Santa Fé do Sul, em São Paulo, realiza nesta quinta-feira (11) a Operação Ponzi, que investiga um grande esquema de pirâmide financeira que pode ter movimentado mais de R$ 100 milhões nos últimos quatro anos.
O empresário Eduardo Bercelli Mendes, de 26 anos, considerado o líder do esquema pela investigação, e Murilo Dantas Oliveira, de 29, apontado como diretor-geral do grupo, foram presos ao sair de uma casa de shows em São Paulo por policiais federais à paisana e conduzidos até a sede da PF em Jales para serem ouvidos. Também foram presas a ex-esposa do empresário e a diretora financeira do grupo.
Leia também
A Polícia Federal cumpre ainda 23 mandados de busca e apreensão que foram expedidos pela Justiça Estadual de Santa Fé do Sul (SP). As buscas ocorrem nas cidades paulistas de Santa Fé do Sul, Santa Clara d’Oeste, Votuporanga, Bebedouro, Araçatuba, Casa Branca, Americana, Santana de Parnaíba e São Paulo.
Durante as investigações, a polícia apurou que, em apenas dois anos, o empresário preso abriu dezenas de empresas e filiais em várias cidades do interior paulista, tendo como fachada a oferta de serviços de crédito de bancos diversos.
Na verdade, toda a estrutura era voltada para convencer poupadores a entregar suas economias em troca de altas taxas de juros remuneratórios que chegavam até 6% ao mês, pagas com recursos de novos investidores, o que caracteriza um esquema de pirâmide financeira.
A PF localizou uma mansão, chácaras e um terreno às margens do rio Paraná, além de vários carros de luxo e uma aeronave, que serão apreendidos. Três embarcações de grande porte também foram apreendidas, com o apoio de equipes da Polícia Militar Ambiental de Fernandópolis (SP).
Os presos serão indiciados, na medida de sua culpabilidade, nos crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica, estelionato, contra a economia popular e organização criminosa, com as penas máximas somadas de até 24 anos de reclusão.
O nome da operação foi utilizado em alusão ao esquema Ponzi, uma operação fraudulenta e sofisticada de investimento do tipo pirâmide, que envolve a promessa de pagamento de rendimentos altos aos investidores à custa do dinheiro pago pelos investidores que chegarem posteriormente.