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Plano de resgate de Marcola previa sequestros e ataques em Brasília

Operação da PF prendeu dez pessoas que planejavam resgatar líderes da organização criminosa encarcerados em presídios federais

São Paulo|Tony Chastinet e Márcio Neves, da RecordTV

O líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho
O líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho O líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho

A Polícia Federal desarticulou um plano para resgatar líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) que estão encarcerados nos presídios federais de Brasília (DF) e Porto Velho (RO), entre eles Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, apontado como chefe do PCC. A ação também previa sequestrar autoridades do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), que é responsável pela administração dos presídios federais no país, ou familiares delas, para trocá-los pelos líderes do PCC. A reportagem da Record TV apurou que eles chegaram a fazer levantamentos de informações dos diretores dos presídios onde estariam os alvos do resgate.

O objetivo era resgatar integrantes da cúpula da facção: Marcos Williams Herbas Camacho; Cláudio Barbará da Silva, o Barbará; Valdeci Alves dos Santos, o Colorido; e Reinaldo Teixeira dos Santos, o Funchal, condenado por matar o juiz Antônio José Machado Dias em 2003, de Presidente Prudente.

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O ousado plano previa ainda um ataque maciço de criminosos, similar aos usados em grandes roubos a agências bancárias, como o ocorrido há um ano em Araçatuba, conhecido como domínio de cidades, com o envolvimento de 50 bandidos com armamento de guerra e carros blindados.

Fontes ouvidas pela reportagem explicaram que os bandidos não se intimidaram com o forte aparato de segurança da capital federal e planejavam o ataque mesmo com a possibilidade de reação rápida das forças de segurança e até das Forças Armadas a uma eventual ação dessa natureza em Brasília.

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Após a transferência dos integrantes do PCC para o presídio federal de Brasília, por exemplo, o Exército chegou a reforçar a segurança do local por três meses, e blindados de guerra foram comprados pelo Depen para reforçar a vigilância do lado externo da unidade. Marcola ficou preso no local entre março de 2019 e março de 2022.

As investigações começaram em dezembro de 2021, quando a Polícia Federal foi alertada pelo Depen sobre conversas no parlatório do presídio de segurança máxima, local onde os presos podem receber as visitas de advogados e parentes, e bilhetes interceptados nos quais os detentos usavam um código com nomes de advogados e ações em tribunais superiores que não existiam ou estavam fora de contexto.

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A 15ª Vara da Justiça Federal de Brasília autorizou a instalação de escutas ambientais e a gravação das conversas no parlatório dos presídios. A Polícia Federal conseguiu descobrir que as conversas em código eram as instruções e comandos para o resgate.

Dois presos faziam a interlocução entre os advogados e os líderes da facção: Esdras Augusto do Nascimento e Edimar dos Santos Júnior.

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Na operação desta quarta-feira (10), dez integrantes suspeitos de participar do plano foram presos e foram cumpridos outros 13 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo, incluindo a casa da mulher de Marcola, Cynthia Giglioli Herbas Camacho, e da cunhada dele, Camila Gigliolli, que inclusive é advogada do líder Marcola, em um condomínio na Grande São Paulo.

Sucessão de líderes para o resgate

A reportagem da Record TV apurou que o plano de resgate inicialmente estava sendo coordenado por Nadim Awad Neto, o Naldinho, assassinado no Paraguai em 2021. Depois ficou sob responsabilidade de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, que rompeu com a facção depois de ter ordenado a morte de Anselmo Beccheli, um dos maiores fornecedores de cocaína da organização criminosa em 2022.

Na sequência, o plano ficou aos cuidados de Valdeci Alves dos Santos, o Colorido, chefe da facção nas ruas que foi preso em abril deste ano pela Polícia Rodoviária Federal, em Salgueiro, em Pernambuco. Depois dele, o resgate estava sendo coordenado por Devanir de Lima Moreira, conhecido como Deva. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e está foragido.

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