PM denuncia condições insalubres na Escola Superior de Soldados, em SP
Policial ingressou na corporação em 2017, e ocupava cargo de guarda do quartel da escola, em Pirituba, havia cerca de um ano
São Paulo|Letícia Dauer, da Agência Record
Um policial militar denunciou condições insalubres de trabalho na Escola Superior de Soldados, na zona norte de São Paulo (SP). O denunciante registrou imagens do local.
Bruno Pires Anastacio ingressou na corporação em 2017, e havia cerca de um ano ocupava um cargo no serviço de guarda do quartel da escola, localizada na avenida Doutor Felipe Pinel, em Pirituba.
Cada turno de Bruno era de 12 horas, e ele ficava sozinho, sem revezamento, em uma guarita em condições insalubres, segundo o denunciante. No local, há uma estação de trabalho e um pequeno banheiro.
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O policial também realizava as refeições na própria guarita, onde não há como esquentar a comida, e ao lado do vaso sanitário, pois não existe uma porta que separe os espaços.
Em 11 de março, o comandante do denunciante, o major Renato Akira Akamine, ainda assinou uma ordem de serviço pela qual obrigava os agentes do serviço de guarda do quartel a usarem capacete durante todo o turno de 12 horas.
Entretanto, o advogado de Charles Bruno explicou à Agência Record que o equipamento só é usado pelos policiais militares em situações de risco, como manifestações, de acordo com o regulamento de vestimenta da corporação. Portanto, não há justificativa para o uso de capacete durante uma vigília na guarita.
Bruno contou que ser policial era seu sonho, que agora foi destruído. Ao longo de sua formação, ele teve várias desavenças com superiores por questionar essas condições insalubres e outras regras da corporação.
Em 3 de março, ele pediu a exoneração do cargo, porém até o momento não conseguiu se desligar da instituição. Ele não poderá deixar de trabalhar enquanto o desligamento não for publicado no Diário Oficial.
Na última sexta-feira (18), Bruno entrou com um pedido de habeas corpus preventivo com pedido liminar que garanta o direito de não comparecer ao serviço até a publicação da exoneração em razão do "assédio moral que sofre na escola de soldados", segundo o documento enviado ao Tribunal de Justiça Militar.
Até o momento, o habeas corpus não foi concedido.