PM que matou carroceiro em SP é indiciado por homicídio doloso
Testemunhas relataram que vítima estava com pedaço de madeira quando foi baleado. Inquérito levou um ano e sete meses para chegar à Justiça
São Paulo|Raphaela Bellinati e Edilson Muniz, da Agência Record
O policial militar suspeito de ter matado um carroceiro em julho de 2017, foi indiciado em janeiro deste ano por homicídio doloso pela Polícia Civil de São Paulo. Ele é acusado de ter assassinado o carroceiro Ricardo Nascimento, de 38 anos, com dois tiros na rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, em julho de 2017.
Testemunhas disseram que a vítima estava com um pedaço de madeira. O policial teria gritado 'baixa o pau, baixa o pau" e, em seguida, atirado duas vezes no peito do homem. Minutos depois dos disparos, Ricardo foi levado pelos agentes até o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Leia mais: Inquérito é instaurado para investigar morte de carroceiro baleado por PM em Pinheiros
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública), informou que a Polícia Civil relatou o caso à justiça em janeiro deste ano. A pasta afirma que a morte teria ficado sob investigação por um ano e sete meses. "A Polícia Civil relatou o caso à Justiça em janeiro de 2019 com o indiciamento do policial por homicídio doloso simples", de declarou ou órgão.
O caso
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Após a morte do carroceiro e com a área isolada, policiais militares teriam levado o homem baleado até o porta-malas de um carro.Testemunhas afirmam que o carroceiro chegou até uma pizzaria com um pedaço de pau na mão. Ele teria começado a discutir com os funcionários quando a PM chegou e disparou. A testemunha disse ainda que tentou gravar um video, mas teria sido agredido por PMs.
O homem ferido foi levado por uma viatura da Corregedoria da Polícia militar para o hospital das Clínicas e depois ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Pessoas que estavam na pizzaria também foram ouvidas pela Polícia Civil.
O local onde o Ricardo foi baleado era próximo de onde havia deixado dois carrinhos usados para recolher recicláveis. Segundo a SSP, o PM foi afastado das atividades da rua, mas atuava em serviços internos. Durante o registro do caso, com base no depoimento de testemunhas, o DHPP concluiu à época que não houve ilegalidade na ação do policial militar, mas um inquérito foi instaurado.