PMs de SP agridem ambulantes e impedem o trabalho no centro
Foi solicitado o apoio da Cavalaria para a ação na região do Brás. Comerciante senegalês foi cercado e levou pancadas de cassetete
São Paulo|Letícia Assis, da Agência Record
Durante fiscalização da prefeitura na região do Brás, no centro de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (13), agentes da Polícia Militar cercaram um ambulante e o agridiram, além de retirarem a mercadoria de vendedores qua atuam no local.
A agressão ocorreu na rua Conselheiro Belisário, próximo ao local conhecido como "guarda-volume", onde os vendedores ambulantes das redondezas guardam as mercadorias.
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De acordo com Rogério, líder da associação "Minha Pérola", uma das representantes dos vendedores ambulantes do Brás, as ações de fiscalização da prefeitura têm se tornado recorrentes na região.
Na manhã desta quarta, segundo Rogério, por volta das 8h30, equipes de fiscalização estavam recolhendo algumas das mercadorias que eram guardadas pelos vendedores da madrugada quando houve a agressão.
Com a chegada de mais ambulantes no local, os fiscais, que estavam a trabalho, solicitaram o reforço policial, que prontamente tentou afastar os comerciantes.
Em determinado momento, por motivos ainda a serem esclarecidos, foi solicitado o apoio da Cavalaria da PM e houve um desentendimento entre policiais e um comerciante senegalês.
Imagens que a Agência Record teve acesso mostram o momento da agressão policial. Alguns agentes da cavalaria chegam e cercam o vendedor senegalês, que é acertado por diversos golpes com cassetetes.
Um outro vídeo mostra um segundo vendedor, ainda sem identificação, dentro de um caminhão da prefeitura tentando impedir a retirada das mercadorias.
Ainda de acordo com Rogério, a relação entre vendedores e prefeitura tem se tornado cada vez mais complicada desde o anúncio da construção de um boulevard na região. Segundo a associação, o novo empreendimento prejudicará o trabalho dos ambulantes.
A sala de imprensa da Polícia Militar informou que não possui acionamento para o endereço. A Prefeitura de São Paulo também afirmou que não vai se posicionar sobre o episódio, uma vez que a ação foi exclusiva dos policiais militares.