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PMs são suspeitos de receber até R$ 5 mil para facilitar contrabando

Valor seria pago por mês a quem facilitava transporte de carga do Paraguai a SP. Policiais fora da ativa também são apontados como participantes. 

São Paulo|Do R7, com informações da Record TV

Cerca de 400 mil maços de cigarro apreendidos em Ourinhos (SP) em 13/12/2019
Cerca de 400 mil maços de cigarro apreendidos em Ourinhos (SP) em 13/12/2019

A participação de policiais militares em um esquema de contrabando de cigarros transportados do Paraguai com destino a São Paulo e que envolve pagamentos mensais regulares de R$ 5 mil aos agentes envolvidos está sendo investigada pelo Ministério Público. Seis PMs foram detidos e quatro, segundo a investigação, confessaram o crime. Um sargento suspeito deu detalhes de como tudo era planejado e realizado.

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De acordo com o depoimento, o percurso dos cigarros contrabandeados era dividido e cada trecho tinha um coordenador. Segundo o policial, um dos chefes da organização ficava na região de Presidente Prudente, no oeste do estado de São Paulo.

O sargento também conta que policiais fora da ativa também participavam do esquema e que os caminhões eram retirados das rodovias centrais. Ainda segundo o sargento, um tenente possuía caminhões para usar no esquema.


Transcrições de conversas entre policiais mostram a negociação do valor que, depois, seria dividido entre o grupo aliciado pelos contrabandistas de cigarro do Paraguai. A promotoria apurou que um homem conhecido como "Doido" era o mediador do esquema.

Até agora seis policiais foram presos, mas cinco já respondem em liberdade. A Justiça decidiu manter preso um dos policiais envolvidos para não atrapalhar as investigações. Na semana passada um dos réus quis dar um novo depoimento, alegando que está sofrendo ameaças para não dar mais informações sobre o contrabando.


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Esquema


O esquema foi descoberto no ano passado, após a prisão de um sargento que coordenava as escoltas ilegais, no interior de São Paulo. Com a quebra dos sigilos bancário e telefônico dele, a promotoria descobriu que um grupo de policiais rodoviários vendia facilidades a contrabandistas de cigarro.

Segundo a denúncia, os policiais seguiam à frente dos caminhões carregados para avisar sobre a presença de policiais na estrada. Quando encontravam um bloqueio, agiam para subornar os envolvidos e liberar a passagem da carga.

Os policiais envolvidos recebiam até R$ 5 mil por mês. Até agora, de acordo com a investigação, dos seis PMs que foram presos, quatro confessaram o crime. Nesta semana, eles delataram à Justiça Militar dezenas de policiais que trabalhavam para o grupo, incluindo policiais de outros estados e agentes da polícia rodoviária federal.

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Em comunicado, o governador João Doria afirmou que "a polícia militar através da sua Corregedoria tomou providências e penalizou seis policiais que foram identificados, e foram penalizados e afastados da corporação militar. E mantemos as demais investigações que estão sendo conduzidas. Mas, aqueles que comandavam esta ação deplorável e condenável, já no governo anterior que nos antecedeu, as medidas foram tomadas."

Rotas

O grupo usava duas rotas: uma que saía do Paraguai pela fronteira com o Mato Grosso do Sul, e a outra pelo Paraná. Os comboios chegavam à capital paulista com até quatro carretas, cada uma com 500 mil maços de cigarro falsificado. 

A Polícia Militar de São Paulo informou em nota que, desde 2017, o segundo batalhão de polícia rodoviária estadual investiga o envolvimento de policiais no esquema de contrabando de cigarros. A PM disse que não compactua com desvios de conduta e que não pode revelar mais detalhes para não atrapalhar as investigações.

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