Polícia Civil de SP faz megaoperação contra pedofilia em 4 estados
São cumpridos 219 mandados de busca e apreensão em SP, RJ, MG e RS. Objetivo é localizar arquivos de abuso sexual infantil na internet
São Paulo|Edilson Muniz, da Agência Record, e do R7
A Polícia Civil de São Paulo realiza, na manhã desta quarta-feira (25), uma operação com o objetivo de desarticular uma rede de pedofilia com suspeita de tráfico sexual internacional de crianças.
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De acordo com a polícia, estão sendo cumpridos 219 mandados de busca e apreensão em quatro estados da federação: SP, RJ, MG e RS.
A Polícia Federal também participa da operação cumprindo um mandado de busca e apreensão no Rio de Janeiro, no bairro do Cachambi, na zona norte da cidade.
O objetivo da ação é localizar arquivos digitais compartilhados na Deepweb, conhecida como "internet invisível", onde ocorrem atividades ilegais, em que os suspeitos se valem do anonimato para exibir, acessar e compartilhar imagens de abuso sexual infantil, evitando a ação policial.
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A investigação teve início no ano de 2018, quando, após um intenso monitoramento, um suspeito de pedofilia foi identificado arquitetando um plano de vender a sobrinha para pedófilos na Rússia.
Segundo as investigações, o plano consistia em levar a criança para o parque da franquia da Disney, localizado no continente europeu e, de lá, deixar a criança com os traficantes da Rússia e alegar que ela teria se perdido no parque.
Com essa investigação, segundo a polícia, os trabalhos se intensificaram, seguindo os rastros pela Deepweb, revelando uma rede de pedófilos que produzem, vendem e compram vídeos de crianças em situações sexuais, inclusive com envolvimento em tráfico para exploração sexual.
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A operação terá início no Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo e cumprirá os mandados de busca e apreensão, já que em período eleitoral apenas casos de flagrantes podem ser presos. Além de São Paulo, mais três estados participam da ação.
Segundo a polícia, o nome da operação, Black Dolphin, foi escolhido em razão de os investigados afirmarem que "as leis brasileiras são ridículas e que não haveria prisão, no Brasil, capaz de segurá-los; e que em razão de suas habilidades."
De acordo com os investigados, somente a Colônia 6 Russa, conhecida como Black Dolphin, seria capaz de detê-los. Essa prisão, localizada na fronteira com o Cazaquistão, é conhecida por abrigar presos condenados à prisão perpétua e pelo rigor no tratamento dos detentos.