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Polícia descobre banco de receptação de documentos e celulares na Cracolândia

Local tem relação com outros crimes que vêm crescendo no estado, como as extorsões praticadas por meio do Pix e o furto de celulares

São Paulo|Gabriel Croquer, do R7

Documentos e dinheiro apreendidos na Cracolândia
Documentos e dinheiro apreendidos na Cracolândia Documentos e dinheiro apreendidos na Cracolândia

Em mais uma megaoperação na região da Cracolândia, na manhã desta quarta-feira (11), a Polícia Civil de São Paulo descobriu duas tendas de receptação de documentos pessoais (como RG, CPF e título de eleitor), celulares e até de cobre. Segundo as investigações, o local tem relação direta com outros tipos de crimes que vêm crescendo no estado, como as extorsões praticadas por meio do Pix e o furto de celulares. 

"A Cracolândia está inserida nesse ciclo vicioso em que a dependência leva ao tráfico e o tráfico leva à prática de crimes crimes contra o patrimônio. E isso atrai, inclusive, esses receptadores de celulares, e alimenta justamente essas ações de falsos entregadores", diz o delegado Roberto Monteiro.

"Hoje em dia o objeto de desejo deles [falsos entregadores] é o celular. [...] Não só pelo valor agregado do próprio celular, como também pela possibilidade que ele apresenta de extração de dados, principalmente dados bancários, para a prática de estelionatos através de transferências por Pix."

A operação chegou ao fim da tarde com 20 pessoas detidas. Cinco delas foram presas em flagrante — duas já eram procuradas da Justiça e três por crimes em flagrante. Uma outra pessoa foi detida por desacato e liberada depois.

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Um dos presos em flagrante é considerado um dos principais traficantes da Cracolândia atualmente. Apelidado de "filé com fritas", o jovem de 22 anos era procurado e já tinha passagem por violência doméstica. 

A megaoperação contou com a participação de 200 policiais civis, 300 policiais militares e 150 guardas-civis metropolitanos. A ação esvaziou a praça Princesa Isabel, onde o "fluxo" da Cracolândia estava estabelecido desde a última dispersão, no fim de março deste ano.

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Foram apreendidas também 209 porções de cocaína, dois tijolos e 118 porções de maconha, quatro tijolos fracionados e diversas pedras de crack, dois simulacros de armas de fogo, 11 facas, 19 balanças de precisão e R$ 3.640,00 em dinheiro. Ainda de acordo com a Polícia Civil, 50 usuários pediram abrigo à assistência social depois da operação.

A polícia comemorou o novo esvaziamento do fluxo, já que concentrações grandes de usuários dificultam o trabalho dos policiais e da assistência social. O delegado Roberto Monteiro também ressaltou que já são mais de 100 traficantes presos pela Operação Caronte, deflagrada contra a Cracolândia desde o ano passado. 

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A tática dos investigadores para juntar provas é infiltrar policiais no meio do fluxo para gravar os criminosos em ação. A polícia tem mandado de prisão contra 36 traficantes através desse esquema. "Uma imagem vale mais do que milhares de palavras. Eles têm dificuldade de apresentar defesa porque as imagens são muito fortes", comentou Monteiro. 

Apesar do esvaziamento da praça Princesa Isabel, os usuários foram flagrados horas depois da ação em concentrações próximas à praça Júlio Prestes, onde a Cracolândia ficou concentrada por anos. O movimento é característico do fluxo, que perdura na região central da capital paulista desde 1990. 

As novas concentrações são monitoradas também pela Prefeitura de São Paulo através da GCM (Guarda Civil Municipal). A partir desta quinta-feira (12), os guardas vão se revezar na praça Princesa Isabel, com quarenta agentes durante o dia e outros 40 durante a noite. 

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