Polícia prende quadrilha que invadiu prédio de André Mendonça, ministro do STF
Além de uma jovem de 18 anos, as investigações também conseguiram identificar a participação de um policial militar, ainda na ativa, que integrava o grupo de criminosos
São Paulo|Letícia Assis e Isabelle Gandolphi, da Agência Record
A Polícia Civil prendeu três integrantes de uma quadrilha especializada em realizar invasões e furtos em condomínio de luxo, na região central de São Paulo, na última sexta-feira (26).
As prisões foram realizadas após trabalho de investigação desencadeado pelos agentes do 6° Distrito Policial do Cambuci, que monitorava o grupo.
Maria Luiza de Oliveira, de 18 anos, já havia sido flagrada por uma câmera de segurança durante uma tentativa de invasão a um prédio de alto padrão em Higienópolis, no dia 31 de março deste ano.
O caso ocorreu no Condomínio Edifício Palazzo Orsini, localizado na Rua Doutor Brasílio Machado, altura do número 415.
Na ocasião, por volta das 00h11, Maria Luiza e um comparsa se aproximam da portaria e a jovem finge ser parente de um morador. Ela informa nomes falsos tanto seu quanto do residente.
Desconfiado, o porteiro questiona a garota sobre as informações. Confrontada e sem conseguir acesso ao condomínio, ela e o comparsa vão embora.
Após a tentativa frustrada, ainda segundo as investigações, a criminosa foi até outro endereço, mesmo prédio onde também mora o ministro do STF, André Mendonça, e conseguiu acessar as dependências do imóvel. Nesse endereço, ela realizou o roubo de um apartamento.
Maria Luiza foi localizada e presa na noite do último dia 26, na Rua Paim, na Consolação, zona central de São Paulo.
Na ocasião, agentes da PM foram acionados, por volta das 22h30, para uma ocorrência de violência doméstica. No local, encontraram a mulher que possuía um mandado de prisão em seu nome.
Além da jovem, as investigações também conseguiram identificar a participação de um policial militar, ainda na ativa, que integrava a quadrilha.
O policial foi identificado como Fernando Antônio Ferreira, lotado em Ourinhos, no interior de São Paulo.
O homem foi preso na cidade onde trabalhava, também na última sexta, com o apoio da Corregedoria da PM, após cumprimento de um mandado de prisão temporária.
Segundo as investigações, o agente utilizava do Sistema Detecta, do Governo de SP, para consultar as placas dos carros das vítimas e saber se elas já tinham saído de casa.
Outro homem, Thiago dos Santos Moura, que está envolvido nas invasões aos prédios de luxo, foi identificado e preso pelos agentes na região do Glicério, no início de abril.
Em nota, via Secretaria de Segurança Pública, a PM afirmou que não compactua com desvios de conduta e que está investigando o caso.
O policial preso em Ourinhos foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes.
O caso é investigado pelo 6° Distrito Policial do Cambuci, na capital paulista. Segundo a corporação, o trio permanece preso temporariamente por 30 dias.