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Policiais paulistas teriam recebido R$ 30 mil para escoltar empresário

No entanto, Flávio de Souza Guimarães disse, em depoimento, que não sabia que agentes de segurança seriam responsáveis pela sua proteção

São Paulo|Márcio Neves e Kaique Dalapola, do R7*

Policiais paulistas teriam recebido R$ 30 mil para escoltar empresário
Policiais paulistas teriam recebido R$ 30 mil para escoltar empresário

O grupo de policiais civis de São Paulo, protagonistas de um tiroteio contra agentes civis de Minas Gerais em Juiz de Fora (MG) na última sexta-feira (19), recebeu R$ 30 mil para escoltar o empresário Flávio de Souza Guimarães durante a negociação de um empréstimo na cidade mineira.

Em depoimento prestado na tarde de segunda-feira (22) na Corregedoria Geral da Polícia Civil de São Paulo, o empresário afirmou que contratou uma empresa para realizar a segurança durante a negociação, mas sem saber que os responsáveis pela escolta seriam policiais civis. “Achei que fossem apenas seguranças particulares”, comentou.

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Flávio comentou que a ida para a cidade mineira tinha como objetivo acertar um empréstimo de pelo menos R$ 6 milhões, que seria usado, posteriormente, para “reerguer suas empresas” — o empresário informa que é presidente de um grupo de empresas que atua na área de engenharia e construção.


Procurado pela reportagem do R7, o empresário não atendeu aos telefonemas. O advogado de Flávio disse, via telefone, que não iria comentar nenhuma questão relativa ao caso por enquanto.

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Contrato

No depoimento, Flávio comentou sobre a situação econômica do País e disse que suas empresas não ficaram de fora da crise. Há aproximadamente dois ou três meses, surgiu no mercado a notícia de um empresário em Juiz de Fora que realizava empréstimos para empresas em forma de FIDIC (Fundo de Investimento Creditório), incluindo trocas de duplicatas nessa atividade.


O empresário, então, consultou os superiores do Grupo AJC sobre eventual interesse nessa negociação, recebendo depois autorização para dar continuidade. Flávio chamou os empresários mineiros para São Paulo a fim de conhecer a empresa, mas receberam uma negativa. As tratativas prosseguiram. "Toda a negociação contou com ciência da direção do Grupo AJC", informou.

Segundo Flávio, a empresa de segurança de Jerônimo da Silva Leal Júnior já prestava serviços para a AJC, mas, desta vez, fez-se um contrato específico, uma vez que incluía deslocamento a outro Estado e locação de veículos.

Na contratação dos seguranças, ainda de acordo com o empresário, Flávio não teria mantido contato direto com qualquer outro segurança ou mesmo policial civil de São Paulo para a contratação da escolta.

Flávio negou que tenha transportado qualquer quantia em dinheiro em moeda estrangeira ou nacional, mesmo "visando fechar qualquer negociação em Juiz de Fora".

Procurado pela reportagem do R7, o advogado de Jerônimo, que foi baleado na ação e está internado em Belo Horizonte, ainda não se manifestou. Ontem, em relação a outro questionamento, a defesa informou que pediu ao juiz a transferência do empresário para um hospital da capital paulista, onde "ele e a família residem".

Armas

Ainda não se sabe se as armas usadas por estes policiais nesta ação na cidade mineira eram ou não armas de propriedade da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Após prestarem esclarecimentos na delegacia em Juiz de Fora, os policiais paulistas foram levados para um complexo penitenciário destinado para policiais civis na cidade, mas, na manhã de segunda-feira (22), foram transferidos para um presídio comum na cidade de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.

* Com a colaboração de Plínio Aguiar, do R7

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