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Policial condenado a 22 anos pelo sequestro do enteado de Marcola está foragido 

Crime provocou maior crise na segurança pública de SP em 2006, com ataques do PCC

São Paulo|Josmar Jozino, da TV Record

O ex-policial civil Augusto Peña
O ex-policial civil Augusto Peña O ex-policial civil Augusto Peña

O ex-policial civil Augusto Peña, condenado em 7 de abril deste ano a 22 anos de prisão pelo sequestro de Rodrigo Olivetto de Morais, enteado de Marcola, apontado pela polícia e Ministério Público como líder máximo da facção PCC (Primeiro Comando da Capital), é um dos criminosos mais procurados do Estado de São Paulo. Apesar disso, o nome, a foto e os dados dele não apareciam, até ontem, na relação de procurados do site da Polícia Civil.

A 1ª Vara Criminal de Suzano, na Grande São Paulo, condenou Peña e o também ex-policial civil José Roberto de Araújo por sequestro, extorsão e fuga de preso. Ambos foram acusados pela promotoria de comandar o sequestro de Rodrigo Olivatto em abril de 2005.

O enteado de Marcola foi levado para a Delegacia Central de Suzano. Os ex-policiais o espancaram, o ameaçaram e exigiram R$ 1 milhão para não prendê-lo sob a falsa acusação de tráfico de drogas.

O PCC pagou R$ 300 mil e Rodrigo foi solto. Peña e Araújo também foram condenados por terem recebido, em abril de 2006, R$ 40 mil de propina para facilitar a fuga do traficante de drogas Gilmar da Hora Lisboa, o Pebinha.

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O plano, no entanto, foi descoberto e o preso acabou removido às pressas para outra unidade. Como represália contra a não libertação de Pebinha, o PCC ordenou um ataque à Delegacia de Suzano. A Polícia Civil foi avisada sobre a ação, se antecipou e quatro integrantes do PCC foram mortos durante o atentado à sede policial.

Na manhã seguinte, como vingança, o PCC matou dois carcereiros e o amigo de um deles em uma feira livre em Suzano, não muito longe da Delegacia Central da cidade. Autoridades e especialistas em segurança pública afirmam que as extorsões contra os integrantes do PCC foram o estopim para os ataques em maio de 2006 contra as forças policiais em São Paulo, comandados pela facção criminosa.

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Entre os dias 12 e 20 de maio, o PCC comandou rebeliões em 74 unidades prisionais e paralisou São Paulo, matando 43 agentes públicos. No mesmo período, 493 pessoas foram assassinadas no Estado, a grande maioria morta por policiais. Foi a maior crise da história na segurança pública do Estado.

Em 7 de abril deste ano, a Justiça condenou e decretou a prisão de Peña e de Araújo. No último dia 30, o Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus a favor de Araújo. Ele foi solto.

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Segundo a Divisão de Capturas da Polícia Civil, Augusto Peña continua foragido e contra ele foi expedido um mandado de prisão por sentença condenatória.

Os outros réus, Carlos Alberto dos Santos e Valdomiro Pereira da Silva, denunciados respectivamente por extorsão mediante sequestro e corrupção passiva, foram absolvidos.

O Ministério Público recorreu da decisão. A reportagem não conseguiu falar com o advogado de Augusto Peña.

Outro lado

A Polícia Civil de São Paulo, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, informou que a inserção das fotos de procurados no site da instituição segue a Portaria DGP [Delegacia Geral da Polícia Civil] 25/2004. A portaria diz que os critérios são periculosidade do suspeito e repercussão social.

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