Policial suspeito de envolvimento na morte de garoto de 15 anos é preso
O sargento Adriano Fernandes de Campos aparece nas imagens registradas momentos antes do desaparecimento do menino na zona sul de SP
São Paulo|Marcos Rosendo, da Agência Record
O policial Adriano Fernandes de Campos, suspeito de envolvimento no caso de Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, que foi encontrado morto após ter desaparecido na madrugada do domingo (14), já está no presídio Romão Gomes, no Tremembé, na zona nofte.
O PM foi levado nesta quarta-feira (17) para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa - na região central da capital às 18h00 para ser interrogado. Ele deixou a sede do DHPP às 20h30 e seguiu para o presídio Romão Gomes, que abriga policiais militares.
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Na tarde de desta quarta-feira (17), o Tribunal de Justiça de São Paulo acatou o pedido da Polícia Civil e decretou a prisão temporária de 30 dias do policial militar.
Após ser identificado, o sargento se apresentou na Corregedoria da Polícia Militar na noite desta terça-feira (16), com um advogado. Segundo o delegado Marco Jaccobuci, Adriano se manteve em silencio e preferiu não comentar sobre o caso.
Na manhã desta quarta-feira (17), o DHPP, que investiga o caso, pediu pela prisão temporária do sargento. Na tarde hoje, a Justiça acatou o pedido e decretou sua prisão.
Adriano estava na Corregedoria da PM e aguardava pela decisão da Justiça. Por volta das 18h, ele foi conduzido para o DHPP, onde está sendo interrogado.
De acordo com a Polícia Civil, Adriano é um sargento do BAEP, lotado em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. É ele quem aparece nas imagens registradas momentos antes do desaparecimento do menino. O sargento seria o homem que olha para a viela e está com as mãos para trás, aparentando estar armado.
Segundo o delegado Fábio Pinheiro, o oficial era dono de uma empresa de segurança e prestava serviços para uma outra empresa, localizada nas proximidades da casa de Guilherme. Ainda segundo o delegado, o local estaria sendo alvo atos de vandalismo e furtos nos últimos dias. Segundo testemunhas, Adriano teria sido chamado por um porteiro, para impedir os atos criminosos.
A principal hipótese levantada pela polícia é de que o sargento pegou Guilherme, achando que ele era um dos vândalos, para dar uma "lição" nele.
A poucos metros da cena do crime foi encontrada uma tarjeta com o nome de soldado Paulo. A Corregedoria localizou um soldado com o nome Paulo, que também trabalha no BAEP de São Bernardo do Campo, com o sargento.
Esse soldado já prestou depoimento à Corregedoria e afirmou que não participou do crime e apresentou um álibi. O soldado será ouvido novamente no DHPP. Porém, segundo a Polícia Civil, ainda não foi possível fazer um link com a tarjeta e o crime.
A polícia sabe também que o sargento não agiu sozinho e não descarta um ou mais comparsas no crime. Não se sabe, no entanto, se os outros envolvidos também eram policiais.
O carro visto nas imagens do sequestro é o mesmo veículo que abandonou o corpo. A polícia acredita que o carro seja do filho do sargento Adriano.
A avó, a mãe e a tia de Guilherme também já prestaram depoimento. O porteiro que chamou por Adriano irá testemunhar à polícia nos próximos dias.
Outros policiais que estavam de serviço na região, no dia do crime, também estão sendo ouvidos nos Batalhões de Polícia, mas a polícia acredita que eles não tenham relação com o crime.
Guilherme não tinha passagem pela polícia e foi sequestrado e morto após voltar de um churrasco na casa da avó.
O Tribunal de Justiça de São Paulo disse que o caso está em segredo de Justiça e por isso não seria possível ter acesso à decisão.
Outro lado
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo confirmou que identificou um suspeito e que "trabalha para elucidação dos fatos e prisão dos responsáveis".
O órgão ainda acrescentou que todas as circunstâncias relativas à morte de Guilherme "são investigadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Corregedoria da PM".
Nesta quarta-feira (17), o secretário de Segurança Pública, General João Camilo Pires de Campos, afirmou em coletiva de imprensa que as investigações irão a fundo para encotrar os responsáveis.